Umbanda
A Umbanda é uma religião monoteísta e afro-brasileira, surgida em 1908, fundada por Zélio Fernandino de Moraes. Baseia-se em três conceitos fundamentais: Luz, Caridade e Amor.
A palavra "umbanda" pertence ao vocabulário quimbundo, de Angola, e significa "arte de curar".
Origem da Umbanda
A Umbanda surgiu nos subúrbios do Rio de Janeiro. Em 15 de novembro de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, nascido em São Gonçalo/RJ, teria incorporado o espírito Caboclo das Sete Encruzilhadas, que o ajudou a criar a religião.
Rapidamente, a Umbanda se espalhou por todo o Brasil e outros países da América Latina. Suas crenças misturam elementos do candomblé, espiritismo e catolicismo. Muitos estudiosos consideram a Umbanda uma espécie de candomblé sem sacrifícios de animais, mais aceita pela população urbana e branca da época.
A Umbanda também incorporou conceitos do kardecismo, como a “evolução” e a “reencarnação”. Jesus é uma referência espiritual importante, e sua imagem pode ser encontrada nos altares das casas e terreiros de Umbanda.
História da Umbanda
Durante muito tempo, a Umbanda foi confundida com a “macumba carioca” ou "Quimbanda". Em 1905, o escritor João do Rio mencionou em seu livro As Religiões do Rio ritos onde se incorporavam espíritos de caboclos e preto-velhos.
Vários terreiros nasceram do kardecismo, como a “Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade”, em 1908. Nos anos de 1920 e 1930, devido à repressão às religiões africanas, houve uma união de várias casas e terreiros para organizar e padronizar o culto umbandista, evitando perseguições. O termo "espírita" era frequentemente usado para evitar represálias.
Para legitimar-se, a Umbanda passou por um processo de “desafricanização” e embranquecimento. Em 1939, foi criada a primeira Federação de Umbanda, a União Espiritista de Umbanda do Brasil (UEUB), estabelecendo que a origem da Umbanda estaria no Oriente ou na África Oriental.
Durante a Ditadura Militar (1964-1985), a Umbanda foi utilizada como um instrumento de legitimação para o projeto nacionalista, ganhando destaque na mídia. Entretanto, na década de 80, com a ascensão das igrejas neopentecostais, as religiões de matriz africana, incluindo a Umbanda, voltaram a ser alvo de ataques.