Biogeografia Terrestre
A Linha de Wallace dividiu as regiões oriental e australiana. Em 2012, pesquisadores da Universidade de Copenhague atualizaram o mapa da vida animal, originalmente elaborado em 1876. Utilizando técnicas genéticas e estatísticas, os cientistas analisaram dados de 21.037 espécies de mamíferos, anfíbios e aves, identificando padrões biogeográficos naturais. Foram mapeadas 20 regiões que abrigam 11 grandes reinos, descrevendo o relacionamento histórico e evolutivo entre essas macrorregiões.
Padrões de Endemismo
Um coeficiente, variando de 0 a 1, foi criado para medir o grau de endemismo de cada reino. Quanto mais próximo de 1, maior a exclusividade de espécies. O Reino Australiano (0,68) e Madagascar (0,63) destacam-se pela diversidade beta, com a Austrália abrigando uma fauna exótica e amplamente endêmica. A região australiana inclui Austrália e Nova Zelândia.
Padrões de endemismo têm sido usados historicamente para sumarizar características biogeográficas. Observações de Buffon em 1761 destacaram diferenças entre os mamíferos das regiões tropicais do Velho e do Novo Mundo. Em 1838, Candolle delineou 40 regiões biogeográficas com base na vegetação, enquanto Sclater, em 1858, criou seis regiões zoogeográficas baseadas na fauna de aves. Wallace, em 1876, ampliou este modelo incluindo mamíferos e outras espécies.
Regiões Biogeográficas e Atualizações
Regiões biogeográficas para animais e plantas têm sido tradicionalmente separadas. Por exemplo, Ronald Good delineou reinos florísticos baseados na distribuição de angiospermas, enquanto Cox (2001) destacou a necessidade de critérios consistentes para definir reinos zoogeográficos e fitogeográficos. Ele argumentou pela exclusão da zona Wallaceana, devido à sua complexidade biogeográfica.
Por outro lado, Morrone (2002) propôs uma abordagem unificada para plantas e animais, associando regiões biogeográficas à fragmentação das massas de terra Laurasiana e Gondwana. Sua inovação incluiu dividir a América do Sul e a Austrália em regiões distintas com diferentes afinidades histórico-evolutivas. Contudo, a análise de Kreft e Jetz (2010), baseada em classificação multivariada, reafirmou os modelos de Wallace, identificando seis regiões principais e suas subdivisões.
Implicações para Conservação
Esquemas biogeográficos têm sido amplamente utilizados no planejamento estratégico de conservação. As recentes revisões regionais podem impactar significativamente os exercícios de planejamento, destacando a importância de incorporar critérios atualizados na definição de áreas prioritárias para preservação.
