Rinoceronte-de-Sumatra
O rinoceronte-de-Sumatra (Dicerorhinus sumatrensis) é uma das cinco espécies viventes de rinocerontes da família Rhinocerotidae. Seu nome científico é derivado do grego, onde "di" significa dois, "cero" se refere a corno e "rhinus" a nariz/focinho, e do latim, "ensis", relativo a Sumatra. Outras denominações populares incluem rinoceronte-sumatrano, rinoceronte-peludo e rinoceronte-de-dois-chifres-asiático.
Características Físicas
É a menor das espécies de rinocerontes atuais e a que possui características mais primitivas. Como seus parentes africanos, o rinoceronte-de-Sumatra apresenta dois cornos, sendo o anterior muito maior que o posterior. Possui uma pelagem marrom-acastanhada única entre os membros da família, o que o distingue visualmente das outras espécies de rinocerontes.
Ecologia e Comportamento
Embora pouco se saiba sobre sua ecologia, comportamento e reprodução na natureza devido aos seus hábitos furtivos e noturnos, e à dificuldade de realizar pesquisas em seu ambiente florestal, o rinoceronte-de-Sumatra é a espécie de rinoceronte que mais apresenta vocalizações. A maioria dos estudos realizados focou em programas de conservação ex situ, em cativeiro.
Distribuição e Conservação
Originalmente distribuído pelo sudeste asiático, o rinoceronte-de-Sumatra foi dizimado em grande parte de sua área geográfica, restando apenas pequenas populações isoladas na Indonésia e Malásia. Considerado em perigo crítico pela IUCN, a população estimada é de cerca de 300 indivíduos, embora a dificuldade de determinar um número exato seja grande devido aos hábitos solitários da espécie.
Ameaças
O principal fator de declínio dessa espécie é a caça predatória, especialmente para o comércio ilegal de seus cornos, que possuem um valor elevado na medicina tradicional chinesa. Outros fatores incluem a perda de habitat devido à agricultura, pecuária e indústria madeireira. Além disso, o terremoto de 2004, que devastou a região de Aceh, afetou negativamente a conservação da espécie, com a grande extração de madeira do ecossistema de Leuser.
Programas de Conservação
Em 1984, um programa de conservação e reprodução em cativeiro foi iniciado na Malásia, mas a maioria dos animais morreu sem gerar descendentes. O programa foi então adaptado para santuários ou centros de conservação, localizados em Sungai Dusun, Way Kambas e Sepilok. Fora do sudeste asiático, o Zoológico de Cincinnati é o único lugar que mantém uma coleção de espécimes dessa espécie e realiza um programa de reprodução. Após várias tentativas fracassadas, em 2001, nasceu o primeiro rinoceronte-de-Sumatra gerado em cativeiro. A fêmea Emi deu à luz outras duas vezes, em 2004 e 2007, o que trouxe novas esperanças para o futuro da espécie.




