Vale do rio Nilo
O historiador grego Heródoto (ca. 484?–420 a.C.) chamou ao Egito "a dádiva do Nilo". Para os egípcios, o Nilo era uma verdadeira bênção dos deuses, sendo considerado sagrado e adorado como um deus, ao qual dedicavam hinos e orações. As chuvas sazonais causavam enchentes que depositavam húmus nas margens, favorecendo a agricultura e a pecuária; além disso, o rio fornecia água fresca, peixes e aves aquáticas, servindo também para o transporte e o comércio.
Como o nível do rio era inconstante, os egípcios desenvolveram diques, barragens e canais para melhor aproveitarem as águas do Nilo, assim como o "nilômetro", uma construção usada para medir as enchentes. Durante o período das enchentes, os cidadãos eram deslocados para as cidades para trabalharem em outras tarefas.
O meio mais fácil e rápido de viajar e transportar cargas pesadas era através de embarcações de diversos tamanhos, que geralmente possuíam remos presos à proa. As embarcações usadas para o transporte de cargas pesadas eram construídas com madeira do Líbano, enquanto as destinadas ao transporte de pessoas, caça e pesca eram feitas de junco. As barcaças reais e aquelas usadas para o transporte de estatuetas de deuses possuíam cabines e eram decoradas com muitas cores e ouro encrustado.
O Nilo corre de sul para norte, mas o vento sopra geralmente de norte para sul. Assim, a navegação para o norte tem a corrente a seu favor, enquanto a navegação para o sul é feita a favor do vento, que era aproveitado para utilizar velas. No entanto, na ausência de vento, a única forma de navegar para o sul era remar contra a corrente.