Lince-ibérico
O lince-ibérico (Lynx pardinus) é uma espécie de mamífero da família Felidae e do gênero Lynx. Anteriormente considerado uma subespécie do lince-euroasiático (Lynx lynx), o lince-ibérico está agora classificado como uma espécie separada. Ambas as espécies percorriam juntas a Europa central durante o período Pleistoceno, separadas apenas por escolhas de habitat. Acredita-se que o lince-ibérico, assim como os outros linces, evoluiu a partir do Lynx issiodorensis.
Características Físicas
O lince-ibérico apresenta muitas das características típicas dos linces, como orelhas peludas, pernas longas, cauda curta e um colar de pelo que se assemelha a uma barba. Ao contrário dos seus parentes mais próximos, o lince-ibérico tem uma cor castanho-amarelada com manchas. O comprimento da cabeça e do corpo varia de 85 a 110 centímetros, com a pequena cauda acrescentando um comprimento adicional de 12 a 30 centímetros. O macho é maior que a fêmea e pode pesar até cerca de 27 kg. A longevidade máxima na natureza é de treze anos.
Habitat e Alimentação
Endêmico da Península Ibérica, no sul da Europa, o lince-ibérico é especialista na caça de coelhos, que representam 79,5% a 86,7% da sua dieta. O lince tem uma fraca capacidade de se adaptar a outro tipo de alimentação. Um macho necessita de um coelho por dia; uma fêmea grávida come três coelhos por dia. A queda acentuada das populações de coelhos, em resultado de duas doenças, contribuiu para o declínio do felino. O lince também foi afetado pela perda de matagal, o seu habitat principal, devido ao desenvolvimento humano, incluindo mudanças no uso do solo (como o monocultivo de árvores) e a construção de barragens e estradas. Os atropelamentos com veículos são a principal causa de morte não-natural do lince-ibérico.
Status de Conservação
O lince-ibérico foi uma espécie em perigo crítico até 2015, sendo agora classificado como uma espécie em perigo. Ainda assim, é o felino mais ameaçado do mundo e o carnívoro em maior perigo na Europa. De acordo com o grupo de conservação SOS Lynx, se o lince-ibérico desaparecesse, seria a primeira espécie de felino a ficar extinta desde os tempos pré-históricos. Está categorizado como espécie em perigo por várias organizações, incluindo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A reprodução em cativeiro e os programas de reintrodução têm aumentado o número de indivíduos. Em 2013, a Andaluzia tinha uma população de 309 indivíduos em estado selvagem, e em dezembro de 2014 foram reintroduzidos os primeiros exemplares em Portugal. Em 2017, a população total do lince era de 475 espécimes. O Projeto Europeu de Vida Natural tem contribuído para salvar a espécie, com a preservação do habitat, monitoramento da população do lince e a gestão das populações de coelho.
Características Comportamentais
O lince-ibérico é um caçador especializado, apresentando adaptações que melhoram a sua capacidade de capturar e matar pequenas presas. Possui um crânio encurtado, o que maximiza a força da mordida dos caninos. Seus focinhos são mais estreitos, com mandíbulas mais longas e caninos menores do que os de animais que se alimentam de presas maiores. Como todos os felídeos, o lince-ibérico tem pupilas verticais e uma visão excelente, especialmente em condições de pouca visibilidade. Também possui reflexos apurados, com bigodes que fornecem dados táteis detalhados e orelhas que proporcionam excelente audição. A maioria dos linces solitários é silenciosa, exceto quando se sentem ameaçados ou quando os juvenis estão em perigo.