Poaceae
Poaceae é uma família de plantas das angiospermas da classe Liliopsida (Monocotiledôneas), subclasse Commelinidae, também conhecidas como capins, gramas ou relvas. São plantas floríferas, frequentemente rizomáticas (ou não), anuais ou perenes, sublenhosas até lenhosas, com formas de vida que vão desde arbustos e árvores até bambus, ervas, lianas/volúveis/trepadeiras ou subarbustos, podendo viver em substratos aquáticos, rupícolas ou terrícolas.
O sistema de classificação APG II, de 2003, reconhece esta família incluindo-a na ordem Poales. A família é constituída por 668 gêneros e 10.035 espécies. O sistema de classificação APG, de 1998, reconhecia a família na ordem Poales com o nome de Gramineae (Juss.), com aproximadamente 700 gêneros e 12.000 espécies.
O Sistema de Cronquist, de 1981, também reconhece esta família, porém a coloca na ordem Cyperales (Wettst., 1911), que não existe mais.
No Sistema de Jussieu, de 1789, Gramineae é o nome de uma ordem botânica da classe Monocotyledones com estames hipogínicos, com 58 gêneros.
Estima-se que ambientes onde predominam espécies de Poaceae correspondem a 20% da vegetação que cobre a terra, como pastos e savanas/cerrados. No Brasil, que possui cerrados e campos (naturais e antrópicos), ocorrem cerca de 180 gêneros e 1.500 espécies.
Nesta família, encontram-se algumas plantas comestíveis como o trigo (Triticum aestivum), centeio, cevada (Hordeum vulgare), aveia (Avena sativa), arroz (Oryza sativa), sorgo (Sorghum bicolor), milheto (Pennisetum americanum), milho (Zea mays), cana-de-açúcar (Saccharum officinale), bambu e Brachiaria, entre outros.
"Capim" é proveniente do termo tupi caá pi'i, que significa "folha delgada". "Grama" vem do latim gramen, que significa "erva, relva". "Cereal" vem do latim cereale, que significa "referente a Ceres" (a deusa romana da agricultura). "Relva" vem do latim relevare, "levantar".

Informações Botânicas
Estrutura | Observação |
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Folhas | Alternas, dísticas, formadas por bainha, lâmina e lígula, às vezes pseudopecioladas; lígula membranosa, membranoso-ciliada ou pilosa, raramente ausente. |
Bainha | Presente. Envolve o caule, não fusionada, ocasionalmente unida, formando tubo. |
Lígula | Presente. Estrutura membranosa, pilosa ou membranoso-ciliada, na face adaxial da folha, no contato entre a bainha e a lâmina foliar. |
Lâmina | Presente. Simples, em geral linear, normalmente com venação paralela, achatada ou às vezes enrolada em tubo, contínua com a bainha ou pseudopeciolada. |
Inflorescência | Em espiga, panícula, cima ou racemos de espiguetas. |
Espigueta | Composta de um eixo e duas brácteas basais (glumas) dísticas proximamente sobrepostas e antécios. |
Glumas | Geralmente duas, de tamanho igual ou desigual. |
Antécios | Um a numerosos por espigueta, compostos de uma bráctea (o lema) subtendendo a flor e outra estrutura como bráctea (a pálea). |
Lemas | Às vezes 1 ou mais aristas aciculares, curvas ou retas. |
Páles | Frequentemente translúcida, menor que, e parcialmente protegida pelo lema, frequentemente apresentando 2 quilhas. |
Flores | Pequenas, bissexuais ou unissexuais (monoicas ou dioicas). |
Polinização | Geralmente polinizada pelo vento, muito reduzidas em tamanho e número de peças florais. |
Pólen | Monoporado. |
Lodículas | Em mesmo número de peças periânticas, geralmente 2, translúcidas. |
Estames | (1-) 3 (-6 ou numerosos). |
Anteras | Geralmente sagitadas. |
Carpelos | Três, mas com frequência parecendo dois, conatos. |
Estigmas | Dois (-3), plumosos, com papilas multicelulares. |
Ovário | Súpero, com um lóculo e um óvulo subapical e quase basal, anfítropo ou semianátropo, com parede de megasporângio fina e espessa. |
Fruto | Cariópse unisseminado (grão) com a parede do fruto fusionada à semente (menos frequentemente a parede do fruto e a semente livre). |
Embrião | Um cotilédone (monocotiledônea) muito modificado (escutelo), de posição lateral. |