Moedas Digitais
Privacidade
Como são controladas por autoridades, as moedas digitais fiduciárias permitem um monitoramento constante da riqueza das pessoas físicas e jurídicas. Além disso, para fazer parte do sistema bancário, é preciso fornecer e comprovar várias informações, como endereço e documento de identidade.
As criptomoedas oferecem maior privacidade, pois não é necessário fornecer nenhuma informação para criar uma carteira. Para realizar uma transação, basta ter o endereço da carteira de destino. Logo, você pode estar fazendo negócios com Mark Zuckerberg e nem saber disso.
Essas informações ficarão disponíveis publicamente; portanto, é possível descobrir o saldo de um endereço se você somar todas as transações que ele já realizou. As criptomoedas, assim, não são anônimas. Essa questão pode ser contornada se você gerar mais de um endereço público para a mesma carteira, pois os endereços registrados nos blockchains serão diferentes.
Transparência
As informações sobre as transações com moedas digitais fiduciárias são restritas. Somente as instituições e as partes envolvidas têm acesso a elas.
Já as informações de transações realizadas com criptomoedas são registradas no blockchain e estão disponíveis publicamente. Qualquer um pode acessar todo o histórico das transações já feitas com Bitcoins, por exemplo.
Regulação
As moedas digitais fiduciárias são regulamentadas pelas autoridades locais. A Diretiva 2009/110/EC regula o assunto na União Europeia, e o Artigo 4A do Código de Comércio Uniforme regula nos EUA.
O governo brasileiro chama as moedas digitais fiduciárias de moedas eletrônicas e, sobre elas, existem previsões legais. É possível trocá-las por moedas físicas ou por qualquer bem ou serviço, pois são aceitas em qualquer lugar.
As criptomoedas, no entanto, não são regulamentadas e também não são aceitas por qualquer estabelecimento. Elas são toleradas e reconhecidas por instituições financeiras, mas não existe uma previsão legal.
Pode haver uma junção entre as criptomoedas e as moedas digitais?
A união de ambas e a existência de um sistema monetário capaz de fornecer a estabilidade das moedas digitais fiduciárias com a segurança e privacidade oferecidas pelas criptomoedas é muito desejável, mas, por terem abordagens tão distintas, é improvável, ou no mínimo muito difícil, que isso venha a ocorrer.