Mercado do Coco Verde
Fruto
O coco possui uma camada externa grossa e fibrosa (casca). A água de coco (endosperma líquido) preenche a cavidade central do fruto, encerrada pela copra ou polpa (endosperma sólido). Em seu estado natural, a água é estéril (sem presença de microrganismos – fungos, bactérias etc.) e é utilizada como isotônico natural.
O coco verde possui maior quantidade de líquido que o maduro (ou coco seco) e tem polpa tenra. O sabor da água de coco é doce e levemente adstringente. Suas características são influenciadas, principalmente, pela variedade e o estágio de maturação do fruto, bem como pelas práticas agronômicas empregadas na lavoura (adubação, irrigação etc.).
Planta
O coqueiro é uma planta da família Palmae (palmeira), introduzida no Brasil em 1553 pelos portugueses. Três variedades de coqueiro são exploradas no país:
- Coqueiro gigante: Planta de porte alto, atingindo cerca de 35 metros de altura. Sua finalidade principal é o fornecimento de polpa (copra) para a indústria de derivados de coco (coco ralado e leite de coco). Inicia sua produção a partir de seis anos e meio, com uma produção média de 70 frutos/planta/ano.
- Coqueiro anão: Planta de porte baixo, atingindo cerca de 12 metros de altura, utilizada para o consumo de água de coco (“in natura” ou envasada). Começa a produzir com dois anos e meio, apresentando produtividade de 120 frutos/planta/ano, podendo alcançar 250 frutos em sistemas irrigados.
- Coqueiro híbrido: Plantas de porte intermediário, atingindo cerca de 20 metros de altura, com dupla finalidade de fornecimento de coco para a indústria e para água. Sua produtividade varia de 120 a 150 frutos/planta/ano, com início de produção aos quatro anos pós-plantio.
Cultivo
O coqueiro é uma planta de clima tropical, cultivada em cerca de 90 países, destacando-se o continente asiático, que é líder na produção e comercialização do fruto “in natura” e de seus subprodutos. Dentre as principais regiões brasileiras produtoras, o Nordeste destaca-se, produzindo cerca de 80% de toda a produção nacional.
A área de produção do coqueiro do tipo anão cresce rapidamente no Brasil, onde estima-se haver cerca de 50 mil hectares dedicados a essa variedade.
Usos e Mercado
Usos
Do coqueiro podem-se aproveitar diversas partes, como o fruto, as folhas, a inflorescência, entre outros produtos e subprodutos. A casca do coco é usada na fabricação de cordas, tapetes, chapéus e encosto de veículos.
O óleo é largamente utilizado na indústria alimentícia como óleo de mesa e também na produção de margarina, glicerol, cosméticos, detergentes sintéticos, sabão, velas e fluidos para freio de avião.
Mercado
O consumo da água de coco verde no Brasil é crescente e significativo. A demanda é suprida pelo comércio do fruto e, principalmente, pela extração e envasamento da água, envolvendo pequenas, médias e grandes empresas.
As multinacionais de bebidas (refrigerantes), por exemplo, já visualizam o crescimento do mercado de bebidas naturais, em detrimento de refrigerantes e produtos artificiais.
O mercado de água de coco é quase totalmente suprido por plantas da variedade anã, estimando-se que apenas 15% do mercado de água de coco seja suprido pelos plantios de coqueiro gigante.
A água pode ser extraída do fruto e comercializada também na forma congelada, resfriada, esterilizada, concentrada e desidratada (bebida não diluída e não fermentada, submetida a um processo adequado de desidratação cujo teor de umidade seja igual ou inferior a 3%).
A casca de coco verde é um subproduto do consumo e da industrialização da água de coco, tornando-se um problema ambiental nos grandes centros urbanos, seja depositada em lixões ou às margens de estradas, praias, lotes vagos, etc.
É um material de difícil decomposição, levando mais de oito anos para se decompor. Portanto, a utilização da casca do coco verde processada, além da importância econômica e social, é também interessante do ponto de vista ambiental. Cerca de 80% a 85% do peso bruto do coco verde é considerado lixo.
A fibra do coco maduro já é utilizada na agricultura e na indústria. Já a fibra da casca do coco verde tem baixo aproveitamento e pode se tornar matéria-prima importante na produção de vasos, placas, substratos (para a produção de mudas ou em cultivos sem o uso do solo) e outros produtos. Suas fibras são quase inertes e têm alta porosidade.
A facilidade de produção, baixo custo e alta disponibilidade são outras vantagens adicionais apresentadas por este tipo de material. Para a obtenção da fibra e seu uso, a casca de coco passa por diversas operações, como corte, desfibramento, lavagem, trituração, secagem e, quando necessário, compostagem.