Magnetosfera de Júpiter
A magnetosfera de Júpiter é a cavidade gerada no vento solar pelo campo magnético do planeta, sendo a maior e mais forte magnetosfera planetária do Sistema Solar. Estende-se por cerca de sete milhões de quilômetros em direção ao Sol e quase até a órbita de Saturno no lado oposto. Seu volume é superado apenas pela heliosfera. Com uma força dez vezes maior que a da magnetosfera terrestre e um momento magnético 18 mil vezes superior, ela foi confirmada pela primeira vez em 1973 pela sonda Pioneer 10.
O campo magnético de Júpiter é produzido por correntes elétricas no núcleo externo, composto de hidrogênio metálico líquido. Ejeções vulcânicas de dióxido de enxofre de Io criam um toro em torno do planeta, que interage com o campo magnético para formar um disco magnético de plasma. Diferentemente da Terra, a magnetosfera de Júpiter é alimentada principalmente pela rotação do planeta e pelo plasma de Io, em vez de pelo vento solar. Essa interação gera auroras polares permanentes e emissões de rádio intensas, observadas em diversos espectros, como infravermelho, ultravioleta e raios X.
A magnetosfera atrai e acelera partículas, formando cinturões de radiação milhares de vezes mais poderosos que os cinturões de Van Allen da Terra. Essas partículas afetam as superfícies dos satélites jupiterianos e interagem com o sistema de anéis do planeta, representando também um risco significativo para naves e humanos no espaço.
A estrutura da magnetosfera inclui componentes como bow shock, magnetopausa, rabo magnético e disco magnético. O campo interno é gerado por um dínamo no núcleo de hidrogênio metálico, apresentando inclinação de 10° em relação ao eixo de rotação de Júpiter. Apesar de ser principalmente dipolar, possui componentes quadrupolares e octupolares. A força do campo equatorial é de cerca de 428 μT (4,28 G), e ele gira em sincronia com o planeta, com um período de 9 horas e 55 minutos.
O tamanho da magnetosfera é colossal: a distância da magnetopausa ao centro de Júpiter varia entre 45 a 100 raios de Júpiter (1 Rj equivale a 71 492 km). Na região oposta ao Sol, o vento solar estica o campo magnético para formar um rabo magnético que se estende além da órbita de Saturno. Este rabo é composto por dois lobos, separados por uma folha de plasma, que canalizam partículas para o interior da magnetosfera, alimentando os cinturões radioativos próximos ao planeta.