IK Pegasi: Um Sistema Binário na Constelação de Pegasus
IK Pegasi (ou HR 8210) é uma estrela binária localizada na constelação de Pegasus, a aproximadamente 150 anos-luz do Sistema Solar. Embora seja visível a olho nu em condições ideais, sua observação detalhada exige equipamentos avançados.
Componentes do Sistema
O sistema é composto por duas estrelas:
- IK Pegasi A: Uma estrela da sequência principal de classe A, que exibe pequenas variações na luminosidade. Classificada como uma estrela variável Delta Scuti, possui um ciclo periódico que se repete 22,9 vezes ao dia.
- IK Pegasi B: Uma anã branca massiva que já passou pela sequência principal e não gera mais energia por fusão nuclear. As duas estrelas orbitam seu centro de massa comum, completando uma órbita em 21,7 dias, com uma separação média de 31 milhões de quilômetros (0,21 UA).
Potencial para Supernova
IK Pegasi B é considerada uma candidata a supernova tipo Ia. Quando IK Pegasi A evoluir para uma gigante vermelha, poderá transferir massa para a anã branca, levando-a a ultrapassar o limite de Chandrasekhar (1,44 massas solares) e provocar uma explosão catastrófica.
História de Observação
O sistema foi catalogado pela primeira vez em 1862 como BD +18°4794B no Bonner Durchmusterung. Em 1908, foi incluído no Harvard Revised Photometry Catalogue como HR 8210. A designação "IK Pegasi" segue a nomenclatura para estrelas variáveis proposta por Friedrich W. Argelander.
Características Orbital e Medições
O estudo espectrográfico revelou o deslocamento nas linhas de absorção causado pelo efeito Doppler, confirmando que se trata de uma binária espectroscópica. Em 1927, William E. Harper determinou o período orbital em 21,724 dias, com excentricidade orbital essencialmente zero, indicando uma órbita quase circular. Observações mais recentes refinaram o período orbital para 21,72168 ± 0,00009 dias.
Medições de Distância e Movimento
A distância até IK Pegasi foi medida com alta precisão pelo satélite Hipparcos, que estimou 150 anos-luz (±5 anos-luz). O movimento próprio do sistema foi calculado, resultando em uma velocidade espacial total de 20,4 km/s em relação ao Sol.
Desafios de Observação
Tentativas de fotografar os dois componentes individualmente com o Telescópio Espacial Hubble falharam devido à proximidade entre as estrelas. Entretanto, medições com o Extreme Ultraviolet Explorer forneceram dados mais precisos sobre o sistema.