Transtornos do espectro autista
Os transtornos do espectro autista (TEA), também conhecidos como desordens do espectro autista (DEA) ou condições do espectro autista (CEA), referem-se a uma variedade de transtornos mentais do tipo neurodesenvolvimento. Esses transtornos se caracterizam por dificuldades de interação social, problemas de comunicação, interesses restritos e comportamentos repetitivos. Problemas de longo prazo incluem desafios para realizar tarefas diárias, manter relacionamentos e obter um emprego.
Causas e Diagnóstico
A causa do autismo é incerta, mas alguns fatores de risco incluem a idade avançada dos pais, histórico familiar e certas condições genéticas. Estima-se que entre 64% e 91% do risco esteja associado ao histórico familiar. O diagnóstico baseia-se nos sintomas apresentados. Entre as manifestações do TEA, destaca-se o transtorno invasivo de desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS, em inglês), enquanto o autismo e a Síndrome de Asperger são menos comuns.
Classificação
As principais formas de TEA incluem o autismo clássico, a Síndrome de Asperger e o transtorno invasivo de desenvolvimento não especificado. O autismo é o núcleo das desordens do espectro. A Síndrome de Asperger é semelhante ao autismo, mas sem atrasos significativos na linguagem. Atualmente, esses diagnósticos foram unificados sob o termo transtorno do espectro do autismo.
Sinais e Sintomas
Os TEA são caracterizados por deficiências na comunicação e interação social, além de interesses e atividades restritos e repetitivos. Estima-se que entre 0,5% e 10% dos indivíduos com TEA possuam habilidades incomuns, que vão desde memorização de curiosidades até talentos notáveis, como o dos autistas-prodígio. Embora exista a crença de que crianças autistas preferem estar sós, elas podem enfrentar dificuldades para fazer e manter amizades, e a qualidade dessas amizades impacta diretamente sua sensação de isolamento.
Características Comportamentais
Pessoas com TEA frequentemente apresentam desenvolvimento lento de habilidades sociais e de aprendizado, dificuldades para formar conexões e maior probabilidade de experimentar ansiedade ou depressão. Outros comportamentos incluem respostas anormais a estímulos sensoriais, como visão, som, tato e olfato, e dificuldades para manter um ritmo consistente na fala.
Habilidades Sociais
As habilidades sociais são um dos principais desafios para indivíduos com TEA, afetando amizades, relacionamentos românticos, vida cotidiana e sucesso profissional. Muitos desses desafios estão associados a padrões atípicos de comportamento e comunicação, dificultando as interações sociais.
Habilidades de Comunicação
Déficits de comunicação são comuns em pessoas com TEA, envolvendo dificuldades com atenção compartilhada, reciprocidade e habilidades de comunicação não-verbal, como contato visual, gestos e expressões faciais. Muitas crianças com TEA desenvolvem habilidades de linguagem de forma desigual, com alguns permanecendo não-verbais ao longo da vida.
Tratamento
O tratamento visa reduzir os déficits associados e melhorar a qualidade de vida e a independência funcional do indivíduo. Não existe um tratamento único e padrão, sendo necessário adaptá-lo às necessidades de cada paciente. As opções incluem análise aplicada de comportamento, modelos desenvolvimentais, ensino estruturado (TEACCH), terapia de fala e linguagem, habilidades sociais e terapia ocupacional.
Epidemiologia
As estimativas recentes indicam que a prevalência do autismo é de 1 a 2 por 1000, enquanto cerca de 6 por 1000 pessoas podem ter algum tipo de TEA. O número de diagnósticos aumentou consideravelmente nas últimas décadas, devido a mudanças nos critérios diagnósticos, maior disponibilidade de serviços e maior conscientização pública, embora não se descarte o impacto de fatores ambientais desconhecidos.