Características Físicas da Lua
A Lua é um corpo diferenciado, com crosta, manto e núcleo distintos geoquimicamente. Seu núcleo interno sólido, rico em ferro, possui cerca de 240 km de raio, enquanto o núcleo externo, fluido e composto por ferro em fusão, tem um raio de aproximadamente 300 km. Envolvendo o núcleo, há uma camada parcialmente em fusão com cerca de 500 km de raio. Essa estrutura é resultado da cristalização de um oceano de magma global há cerca de 4,5 bilhões de anos. Durante esse processo, minerais como olivina, piroxena e ortopiroxena formaram o manto, enquanto plagioclases cristalizadas criaram a crosta. Análises sugerem que a crosta lunar tem, em média, 50 km de espessura e é composta principalmente por anortosito.
A Lua é o segundo satélite mais denso do Sistema Solar, atrás de Io. Seu núcleo interno, pequeno em comparação a outros corpos terrestres, tem menos de 350 km de raio, correspondendo a cerca de 20% do seu diâmetro. A composição do núcleo provavelmente inclui ferro metálico com enxofre e níquel. A rotação da Lua indica que o núcleo está parcialmente em fusão.
Geologia de Superfície
A topografia lunar foi estudada através de altimetria laser e análise estereoscópica. A característica mais notável é a Bacia do Polo Sul-Aitken, com 2 240 km de diâmetro e 13 km de profundidade, sendo a maior cratera do Sistema Solar. Outras grandes bacias, como os mares Imbrium, Serenatis, Crisium, Smythii e Orientale, possuem altitudes baixas e orlas elevadas. A face oculta da Lua tem altitude média 1,9 km superior à da face visível.
Características Vulcânicas
As planícies escuras, chamadas mares, são vastos depósitos de lava basáltica antiga. Esses basaltos, ricos em ferro, se concentram na face visível da Lua, cobrindo 31% de sua superfície, enquanto apenas 2% da face oculta possuem mares. Acredita-se que essa concentração esteja relacionada à presença de elementos produtores de calor na face visível, que provocaram fusão parcial e erupções do manto inferior. As erupções ocorreram majoritariamente entre 3 e 3,5 bilhões de anos atrás, com as mais recentes datando de 1,2 bilhões de anos.
As regiões claras, chamadas terrae ou montanhas, são mais elevadas e compostas por plagioclases formadas há cerca de 4,4 bilhões de anos. Ao contrário da Terra, as cadeias montanhosas da Lua não foram formadas por eventos tectônicos, mas possivelmente pela colisão com uma segunda lua terrestre pouco após sua formação.