Substantivo Composto
O que é um substantivo?
A primeira pergunta é, na verdade: o que é um substantivo? Bom, trata-se de algo que se designa a sua essência, a sua própria substância. É um termo que vem do latim “Substantivu” e que quer dizer substancial. Trocando em miúdos, substantivo nada mais é do que qualquer palavra que dá nome a tudo aquilo que existe.
É o que dá nome aos seres, às coisas, a tudo o que ouvimos, imaginamos, sentimos ou vemos, por exemplo:
- Casa
- Roupa
- Amor
- Grito
- Música
- Computador
- Mês
- Tábua
- Televisão
- Celular
- Aeromoça
- Engenheiro
- Mato
- Papel
- Bonecas
- Carinho
- Alma
- Médicos
A curiosidade é que qualquer palavra existente pode se tornar um substantivo, desde que seja acrescentado um artigo precedente a ela. Por exemplo: “O não é uma palavra bastante má.” Aqui temos um exemplo de um advérbio que, outrora, foi substantivado. Outro exemplo: “O odiar e o amar não reconhecem limites verdadeiros”, nesse caso, dois verbos (odiar e amar) tornam-se substantivos.
Normalmente, nas orações do nosso idioma, o substantivo atua principalmente relacionado com o verbo: atuando como o núcleo do sujeito, bem como dos complementos verbais (sendo eles indiretos ou diretos) e do agente passivo. Ainda há casos em que ele atua como núcleo do complemento nominal, podendo ser o aposto também, com núcleo do predicativo ou do objeto, sendo ainda como núcleo do vocativo do sujeito. Também é possível encontrá-lo como núcleo de adjuntos adnominais e adverbiais, desde que estejam sendo desempenhadas por um determinado grupo de palavras.
Os substantivos também podem sofrer variações de gênero (masculino e feminino), de grau (diminutivo e aumentativo) e de número (plural ou singular). Quando a algo que ele se designa, pode ser: substantivo próprio, substantivo comum, concreto, abstrato, simples, composto, derivado e também primitivo.
Substantivo Simples e Substantivo Composto
Os substantivos simples são aqueles que têm em sua origem apenas um radical. São simples porque eles têm apenas um significado. Veja alguns exemplos:
- Árvore
- Amor
- Chuveiro
- Roupa
- Casa
- Livro
- Dinheiro
- Florista
- Felicidade
Já os substantivos compostos, como o próprio nome nos faz acreditar, são compostos por mais de um radical. Veja alguns exemplos:
- Beija-flor
- Girassol
- Pé-de-moleque
Esses substantivos têm sua origem em substantivos simples, mas há dois processos linguísticos durante sua composição: por justaposição e por aglutinação.
Substantivo Composto: Justaposição e Aglutinação
Nessa transformação linguística, ocorre a formação de novas palavras através de duas ou mais palavras simples, podendo ser, inclusive, seus radicais. Essas novas palavras que se formaram são substantivos compostos e possuem um significado completamente diferente do anterior.
No caso da justaposição, duas ou mais palavras são combinadas, de modo que elas são, em sua maioria, separadas pelo uso do hífen (mas não sendo regra geral para detecção de seu aparecimento). Mantém-se a mesma ortografia que era utilizada antes da junção das palavras, sem que haja supressão de nenhum fonema. Veja alguns exemplos:
- Arco-íris
- Bem-me-quer
- Saca-rolha
- Amor-perfeito
- Cachorro-quente
- Cavalo-marinho
- Peixe-espada
- Segunda-feira
- Cor-de-rosa
- Água-de-colônia
- Fim de semana
- Couve-flor
- Mandachuva
- Paraquedas
- Girassol
- Pontapé
Na aglutinação, ocorre a fusão dessas palavras, alterando todo o seu radical, de modo que os elementos passam a ser integrados. Além disso, eles perdem sua identidade original, tanto fonológica quanto ortográfica, podendo inclusive haver supressão de fonemas. Veja:
- Aguardente (água + ardente)
- Planalto (plano + alto)
- Destarte (desta + arte)
- Embora (em + boa + hora)
- Vinagre (vinho + acre)
- Fidalgo (filho + de + algo)
Muitas vezes, no nosso dia a dia, usamos palavras compostas e não percebemos, ou escrevemos em redes sociais sem o uso devido do hífen, o que acaba transformando completamente o sentido das palavras e, logo, aquilo que se pretende dizer.
Novo Acordo Ortográfico e os Substantivos Compostos por Justaposição
Como é sabido, o novo acordo ortográfico, que foi promulgado em 2009, mas que entrou em vigor, obrigatoriamente, em 2016, traz observações importantes sobre o uso ou não uso de hífen.
No caso de palavras que utilizam o hífen por serem substantivos compostos por justaposição, o mesmo será mantido, cujos elementos se formam através de uma unidade com o próprio significado, perdendo o significado das palavras quando eram substantivos comuns. Veja os exemplos:
- Segunda-feira
- Decreto-lei
- Arco-íris
- Guarda-chuva
O mesmo acordo prevê que o hífen não poderá mais ser utilizado em locuções substantivas, pronominais, adjetivas, prepositivas, conjuncionais e adverbiais. Veja alguns exemplos:
- Café com leite
- Sala de jantar
- Cão de guarda
- Fim de semana
- Cor de vinho
- À toa
Para essa regra, algumas exceções serão permitidas, como nos casos em que o uso do hífen foi consagrado, ou seja, aqueles casos em que o uso do hífen caiu no uso das pessoas, nos costumes da escrita, mas devem possuir um significado próprio. Veja:
- Água-de-colônia
- À queima-roupa
- Pé-de-meia
- Cor-de-rosa
- Mais-que-perfeito
- Ao Deus-dará