Sapo-Cururu
O sapo-cururu (Rhinella diptycha, antiga nomenclatura: Rhinella schneideri), também conhecido como sapo-boi, é uma espécie de anuro da família Bufonidae. Ele é nativo de países da América do Sul, como Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, sendo encontrado em diversos biomas, como o Chaco, a Mata Atlântica, o Pantanal, a Caatinga e o Cerrado. A espécie habita principalmente áreas abertas e peridomiciliares.
Características Físicas
Os machos dessa espécie possuem, em média, 13 centímetros de comprimento, enquanto as fêmeas alcançam 15 centímetros, tornando-o a maior espécie de anuro da América do Sul. Sua cor varia de castanho-claro a escuro, com manchas marrons. O sapo-cururu apresenta glândulas parotoides e paracnêmis bastante desenvolvidas, o que o diferencia de outras espécies do gênero. Não há dimorfismo sexual evidente, ou seja, machos e fêmeas são de tamanhos semelhantes. Quando em fase de girino, o corpo é preto e oval, com cauda curta e transparente. Os ovos têm em média 1,8 milímetro de diâmetro.
Alimentação
O sapo-cururu tem uma alimentação carnívora, composta principalmente por invertebrados, como insetos e aranhas, e por vertebrados, como aves e roedores. Embora também consuma matéria vegetal, não se sabe se essa ingestão é proposital. A espécie não apresenta preferências alimentares claras e é oportunista.
Reprodução
Essa espécie se reproduz entre os meses de julho e outubro. Durante o período reprodutivo, os machos vocalizam para atrair as fêmeas. O amplexo é axilar, ou seja, ocorre de forma que o macho fica em cima da fêmea, e pode durar até 40 horas até que haja a oviposição. Os ovos são depositados em um cordão gelatinoso, com mais de 5 mil ovos, que ficam aderidos a plantas aquáticas. Após a eclosão dos ovos, os girinos formam grupos com dezenas ou até centenas de indivíduos.
Defesa e Veneno
Como outros bufonídeos, o sapo-cururu é capaz de secretar um veneno como defesa contra predadores, como cobras. Esse veneno possui características cardiotóxicas devido à sua semelhança com cardioglicosídeos. O veneno pode causar desde náuseas e vômitos até paralisia e morte. É importante destacar que, ao contrário de muitos mitos, o sapo-cururu não esguicha veneno de forma proposital. A toxina é liberada apenas quando suas glândulas são pressionadas, o que normalmente não ocorre com o contato humano. Portanto, o animal é inofensivo ao ser humano, já que seria necessário que a toxina fosse ingerida ou entrasse em contato com mucosas para causar danos.