Reino da Prússia
O Reino da Prússia (em alemão: Königreich Preußen) foi um reino alemão de 1701 a 1918 e, a partir de 1871, o principal Estado-membro do Império Alemão, compreendendo quase dois terços da área do império. Seu nome originou-se do território do Ducado da Prússia, embora sua base de poder tenha sido a Marca de Brandemburgo. Foi centrado na região histórica da Prússia. Os reis da Prússia foram todos da Casa de Hohenzollern, que governava anteriormente a Marca de Brandemburgo e posteriormente englobou a Prússia mais ao leste, formando Brandemburgo-Prússia sob Frederico Guilherme, o "grande eleitor".
Com sua capital em Berlim desde 1451, os Hohenzollern, como eleitores de Brandemburgo, levaram o Reino da Prússia a um papel de liderança na história da Alemanha. Em 1871, sob a liderança do chanceler Otto von Bismarck, os estados alemães uniram-se na criação do Império Alemão. Em novembro de 1918, com o fim da Primeira Guerra Mundial, as monarquias foram abolidas e a nobreza perdeu seu poder político. A Prússia, como unidade política, foi efetivamente extinta em 1932, durante o regime nazista, e oficialmente abolida em 1947.
O nome Prússia deriva dos prussianos. No século XIII, os cruzados alemães, os Cavaleiros Teutônicos, conquistaram os prussianos. Em 1308, os Cavaleiros Teutônicos tomaram a região polonesa de Pomerélia, com Gdańsk (Danzig). Seu estado monástico foi principalmente germanizado pela imigração da Alemanha central, ocidental e meridional, e foi polonizado por colonos de Mazóvia. A Segunda Paz de Toruń (1466) dividiu a Prússia em Prússia Real, uma província da Polônia, e a parte oriental, que a partir de 1525 passou a ser chamada de Ducado da Prússia, um feudo da Coroa da Polônia até 1657. A união de Brandemburgo e o Ducado da Prússia em 1618 levou à proclamação do Reino da Prússia em 1701.
A Prússia se tornou uma grande potência logo após ser elevada a reino e exerceu grande influência nos séculos XVIII e XIX. Durante o século XVIII, teve destaque em muitos assuntos internacionais sob o reinado de Frederico, o Grande. No século XIX, o chanceler Otto von Bismarck uniu os principados alemães em uma "Pequena Alemanha" que excluía o Império Austríaco.
No Congresso de Viena (1814–1815), que redesenhou o mapa da Europa após a derrota de Napoleão, a Prússia adquiriu uma grande parte do noroeste da Alemanha, incluindo a região do Ruhr, rica em carvão. O país então cresceu rapidamente em influência econômica e política, tornando-se o núcleo da Confederação da Alemanha do Norte em 1867, e posteriormente do Império Alemão em 1871. O Reino da Prússia era tão grande e dominante na nova Alemanha que os junkers e outras elites prussianas passaram a ser identificados cada vez mais como alemães e menos como prussianos. O reino foi dissolvido em 1918. Durante a República de Weimar, o estado da Prússia perdeu quase toda sua importância jurídica e política em 1932. As elites prussianas alegaram um papel passivo no regime nazista; a Prússia foi legalmente abolida em 1947. A Prússia Oriental perdeu sua população alemã após 1945, quando Polônia e União Soviética anexaram seu território. O termo "prussiano" tem sido frequentemente utilizado, especialmente fora da Alemanha, para enfatizar o profissionalismo, agressividade, militarismo e conservadorismo da classe junker de aristocratas, que dominaram a Prússia e depois o Império Alemão até 1918.
Símbolos
O principal brasão de armas da Prússia, assim como a bandeira prussiana, representava uma águia preta sobre fundo branco.
As cores nacionais em preto e branco já eram usadas pelos Cavaleiros Teutônicos e pela dinastia Hohenzollern. A Ordem Teutônica usava um manto branco bordado com uma cruz preta com detalhes em ouro e a águia preta imperial. A combinação das cores preto e branco com o branco e vermelho da Liga Hanseática das cidades livres de Bremen, Hamburgo, Lübeck, além de Brandemburgo, resultou na bandeira comercial preto-branco-vermelho da Confederação da Alemanha do Norte, que se tornou a bandeira do Império Alemão em 1871.
Suum cuique ("A cada um o seu"), o lema da Ordem da Águia Negra criado pelo rei Frederico I em 1701, foi associado à Prússia. A Cruz de Ferro, uma condecoração militar criada pelo rei Frederico Guilherme III em 1813, também ficou fortemente associada ao país. A região, originalmente habitada pelos antigos bálticos prussianos que foram cristianizados, tornou-se um local de imigração de alemães (posteriormente principalmente protestantes), além de poloneses e lituanos ao longo das regiões fronteiriças.
Território
Antes de sua abolição, o território do Reino da Prússia incluía as províncias da Prússia Ocidental; Prússia Oriental; Brandemburgo; Saxônia (incluindo grande parte do atual estado da Saxônia-Anhalt e partes do estado da Turíngia, na Alemanha); Pomerânia; Reno; Vestfália; Silésia (exceto Morávia-Silésia); Lusácia; Eslésvico-Holsácia; Hanôver; Hesse-Nassau; e uma pequena área isolada no sul chamada Hohenzollern, berço da família real prussiana.
A terra ocupada pelos Cavaleiros Teutônicos era plana e coberta por um solo fértil, ideal para o cultivo em larga escala de trigo. O desenvolvimento inicial da Prússia foi baseado na produção e venda de trigo, tornando-se conhecida como o "celeiro da Europa Ocidental" (em alemão, Kornkammer, ou celeiro). As cidades portuárias de Stettin (Estetino) na Pomerânia, Danzig (Gdańsk) na Prússia, Riga na Letônia, Königsberg (Kaliningrado) e Memel (atual Klaipėda) cresceram devido à produção de trigo. A produção e comércio de trigo aproximaram a Prússia da Liga Hanseática, desde a fundação oficial da Liga em 1356 até seu declínio por volta de 1500.
A expansão da Prússia e sua relação com a Liga Hanseática distanciaram a Polônia e a Lituânia do comércio exterior no Mar Báltico, o que afetou as relações entre a Prússia e esses países, então conhecidos como "Cavaleiros Teutônicos".