Pinguim-Imperador
O pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri) é a maior ave da família Spheniscidae (pinguins). Os adultos podem medir até 1,22 metros de altura e pesar até 37 kg. Os machos desta espécie são um dos poucos animais que passam o inverno na Antártida.
Descrição Física
O pinguim-imperador é caracterizado pela sua plumagem multicolorida: cinza-azulado nas costas, branco no abdômen, e preto na cabeça e barbatanas. A espécie apresenta também uma faixa alaranjada em torno dos ouvidos. Sua alimentação é composta principalmente por pequenos peixes, krill e lulas, que pescam em profundidades de até 250 metros. O pinguim-imperador pode ficar submerso por até vinte minutos sem respirar. Seus predadores naturais incluem a orca, foca-leopardo e tubarões.
Reprodução e Comportamento
O padrão reprodutivo do pinguim-imperador é bastante característico. As fêmeas põem um único ovo entre maio e junho, no final do outono, e o abandonam para passar o inverno no mar. O ovo é incubado pelo macho por cerca de 65 dias, correspondendo ao inverno antártico. Para sobreviver a temperaturas de -40°C e ventos de até 200 km/h, os machos se agrupam e passam a maior parte do tempo dormindo para economizar energia, nunca abandonando o ovo, que congelaria. Eles se alimentam da gordura acumulada durante o verão. Quando a fêmea retorna na primavera, ela substitui o macho. Caso a cria nasça antes do retorno da fêmea, o macho a alimenta com secreções de uma glândula especial no esôfago.
Características Físicas dos Adultos e Filhotes
Os pinguins-imperadores adultos possuem um corpo esguio que minimiza o atrito enquanto nadam, e suas asas se transformaram em barbatanas duras e planas. O bico é longo (8 cm), com a mandíbula superior preta e a inferior podendo ser rosa, laranja ou lilás. As crias são inicialmente cobertas por plumagem cinza-prateada e possuem uma cabeça preta com máscara branca. Quando as crias crescem, atingem cerca de 50% do peso de um adulto antes de deixarem de depender dos pais.
Adaptações ao Frio
O pinguim-imperador é a única ave que se reproduz nas condições mais frias da Terra, com temperaturas que podem atingir -40°C e ventos de até 144 km/h. A temperatura da água é de cerca de 1,8°C negativos, o que é muito inferior à temperatura corporal do pinguim-imperador, que é de 39°C. A ave adaptou-se de várias formas para evitar a perda de calor. Suas penas oferecem 80 a 90% de seu isolamento térmico, com uma camada de gordura subdérmica que pode atingir 3 cm antes da época de reprodução. Suas penas rígidas são curtas e lanceoladas, formando uma camada densa que ajuda na retenção de calor. Para manter o isolamento térmico, os pinguins podem ajustar a posição das penas e fazer termorregulação, aumentando seu metabolismo em temperaturas muito baixas.
Vocalizações e Sobrevivência
Os pinguins-imperadores utilizam vocalizações complexas para se reconhecerem entre si e entre pais e filhotes. Eles fazem uso de dois intervalos de frequência simultaneamente para se comunicar, sendo a maior variação em vocalizações entre todas as espécies de pinguins. As crias emitem vocalizações moduladas para pedir comida e para se comunicarem com os progenitores.
A taxa de sobrevivência média anual do pinguim-imperador é de cerca de 95,1%, e a esperança média de vida é de 19,9 anos, com alguns indivíduos podendo viver até 50 anos. Porém, apenas 19% das crias sobrevivem ao primeiro ano de vida. A maioria da população de pinguins-imperadores é composta por adultos com cinco ou mais anos de idade.