Pornificação
Pornificação, também referida como cultura erótica e cultura vulgar, denota a intrusão do caráter e dos conteúdos da indústria do sexo na cultura popular do Ocidente (música, televisão, filmes realizados nos Estados Unidos da América) e a sexualização da cultura ocidental. Pornificação — particularmente ao sexualizar a imagem da mulher — é dita que demonstra "como o poder patriarcal opera no campo da representação de gênero". Em Women in Popular Culture, Marion Meyers argumenta que a representação da mulher na sociedade moderna é primariamente influenciada pela "integração da pornografia e a resultante hipersexualização de adultas e adolescentes, e a comoditização destas imagens para um mercado global".
Este fenômeno tem sido debatido por autores como Marian Meyers e Kath Woodward. Pornificação também está presente nas discussões sobre pós-feminismo realizadas por Ariel Levy e Natasha Walter.

Pesquisa
O National Resource Center on Domestic Violence, programa focado em violência doméstica e estabelecido com subsídio estatal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, produziu um documento intitulado "Pornografia e Violência Sexual", divulgado em 2004. Os autores Robert Jensen e Debbie Okrina afirmam que a "pornografia comercial nos Estados Unidos da América é, ao mesmo tempo, cada vez mais normalizada e mais depreciativa para as mulheres" e que "não é controverso argumentar que a pornografia pode prover um manual de treinamento para assediadores e agressores sexuais". Os autores indicam que esta conclusão provê apoio às feministas anti-pornografia, que nas décadas de 1970 e 1980 denunciaram os malefícios que a pornografia gera às adultas e crianças que foram agredidas sexualmente por homens consumidores de pornografia, "vivendo em uma cultura onde a pornografia reforça a subordinação da mulher, para então sexualizar este mesmo estado".
Um experimento no campo da psicologia, realizado pelo Dartmouth College com 1.228 participantes entre 12 e 14 anos de idade (18 a 20 anos de idade ao fim da pesquisa), identificou que "adolescentes expostos a filmes com mais conteúdo sexual iniciam sua vida sexual com menos idade, além de terem mais parceiros sexuais e serem menos propensos a usarem preservativos com parceiros de sexo casual". Para este trabalho, houve análise de conteúdo em filmes de maior bilheteira entre 1950 e 2006, onde foram classificados pela quantidade de segundos de conteúdo sexual e pela exposição das cenas, como beijo de língua ou relação sexual. A equipe de pesquisadores encontrou conteúdo sexual em 84% desses filmes; dentre os últimos filmes lançados, a maioria não encenava sexo seguro e pouco mencionava o uso de contracepção. O autor, Ross O'Hara, sugere que pais restrinjam o acesso de seus filhos a filmes com conteúdo sexual, especialmente quando crianças.
Adolescentes que são expostas a conteúdo sexual por meio da televisão são mais propensas à precocidade sexual (que por sua vez aumenta as chances de gravidez na adolescência e infecções sexualmente transmissíveis), à perda da virgindade e a se comportarem como se fossem mais velhas que sua idade atual — uma adolescente de 12 anos com altos níveis de exposição age como uma adolescente de 15 anos que foi pouco exposta. A adolescente estadunidense média visualiza 3 horas de programação televisiva por dia, assistindo o sexo ser frequentemente representado como uma atividade comum.