Padre
Padre é o título atribuído ao ministro religioso na Igreja Católica Romana, Ortodoxa e Anglicana.
As ordens ministeriais da Igreja Católica Romana incluem as ordens dos bispos, presbíteros e diáconos. O sacerdócio ordenado e o sacerdócio comum (ou sacerdócio de todos os batizados) são diferentes em função e essência.
A distinção deve ser feita entre o "padre" e "presbítero". De acordo com o Código de Direito Canônico de 1983, "As palavras em latim sacerdos e sacerdotium são usadas para se referir, em geral, ao sacerdócio ministerial repartido por bispos e presbíteros. As palavras presbyter, presbyterium e presbyteratus são sinônimos de presbíteros."
O sacerdócio na Igreja Católica inclui os sacerdotes tanto da Igreja Latina quanto das Igrejas Católicas Orientais. Em maio de 2007, o site do Vaticano afirmou que havia cerca de 406.411 sacerdotes que servem a Igreja em todo o mundo.
As pessoas consagradas, que podem ser leigos ou clérigos, normalmente agrupam-se em institutos de vida religiosa (congregações e ordens religiosas) ou em institutos seculares, existindo, porém, aqueles que vivem isoladamente ou até em comunidade aberta, junto dos outros leigos não consagrados.
História
O Antigo Testamento relata como Yhwh fez de seu povo "um reino de sacerdotes e uma nação santa". Dentre as doze tribos de Israel, a tribo de Levi foi escolhida para exercer o serviço litúrgico de oferecer sacrifícios como sacerdotes. O sacerdote representa um mediador entre Deus e os seres humanos, aquele que oferece os sacrifícios e intercede pelo povo.
O Novo Testamento descreve Jesus como o "grande sumo sacerdote" da Nova Aliança. Em vez de oferecer os rituais de sacrifício de animais prescritos pela lei judaica, Ele oferece a si mesmo na cruz como o Sacrifício Verdadeiro e perfeito. O sacerdócio católico é uma participação neste sacerdócio de Cristo e, portanto, traça suas origens até o próprio Jesus. Assim, o Novo Testamento diz que como sumo sacerdote, Jesus fez da Igreja "um reino de sacerdotes para Deus, o Pai". Todos os que são batizados participam no sacerdócio de Cristo, tornando-se capazes de oferecer a verdadeira adoração e louvor a Deus como cristãos. Toda a comunidade dos que creem é, como tal, sacerdotal.
O sacerdócio ministerial de sacerdotes e bispos católicos tem uma história distinta. Este sacerdócio ministerial está a serviço do sacerdócio de todos os crentes e envolve a consagração direta de um homem a Cristo através do sacramento da ordem, para que ele possa agir na pessoa de Cristo para o bem dos fiéis, sobretudo na dispensação dos sacramentos. Entende-se que tenha começado na Última Ceia, quando Jesus Cristo instituiu a Eucaristia na presença dos Doze Apóstolos, ordenando-lhes: "fazei isto em memória de mim". O sacerdócio católico, portanto, é uma participação no sacerdócio de Cristo e tem suas origens históricas nos Doze Apóstolos nomeados por Cristo. Os apóstolos, por sua vez, selecionaram outros homens para sucedê-los, como os bispos ("episkopoi", palavra grega para "bispos") das comunidades cristãs, com os quais foram associados presbíteros ("presbyteroi", palavra grega para "anciãos") e diáconos ("diakonoi", palavra grega para "servos"). À medida que as comunidades se multiplicaram e cresceram em tamanho, os bispos nomeavam mais e mais presbíteros para presidir à Eucaristia em seus lugares nas comunidades em cada região. Os diáconos evoluíram como assistentes litúrgicos do bispo e de seus representantes, para a administração dos fundos da Igreja e programas de auxílio aos pobres. Hoje, o posto de "presbítero" é geralmente associado a "sacerdote", embora tecnicamente tanto um bispo quanto um presbítero sejam "sacerdotes" no sentido de que compartilham o sacerdócio ministerial de Cristo e oferecem o sacrifício a Deus na pessoa de Cristo.