Megalodonte
O megalodonte (pronúncia em português: /mɛɡɐlɔˈdõt(ə)/) (Carcharocles megalodon), que significa "dente grande", é uma espécie extinta de tubarão que viveu há aproximadamente 23 a 3,6 milhões de anos, durante o Mioceno Inferior ao Plioceno. Antigamente, pensava-se que fosse um membro da família Lamnidae e um parente próximo do tubarão-branco (Carcharodon carcharias). No entanto, atualmente é classificado na família extinta Otodontidae, que divergiu da do tubarão-branco durante o Cretáceo Inferior. Sua classificação de gênero ainda é debatida, com alguns autores colocando-o em Carcharocles, Megaselachus, Otodus ou Procarcharodon. Isso ocorre porque fósseis de transição foram encontrados, mostrando que o megalodonte é a cronoespécie final de uma linhagem de tubarões gigantes, originalmente do gênero Otodus, que evoluíram durante o Paleoceno.
Características Físicas
Embora seja considerado um dos maiores e mais poderosos predadores que já existiram, o megalodonte é conhecido a partir de vestígios fragmentários, e por isso sua aparência e tamanho máximo são incertos. Os cientistas divergem quanto à sua aparência, se seria uma versão mais robusta do tubarão-branco, do tubarão-frade (Cetorhinus maximus) ou do tubarão-tigre (Carcharias taurus). A maioria das estimativas de tamanho do megalodonte extrapola dos dentes, com comprimento máximo estimado em até 18 metros e comprimento médio estimado em 10,5 metros. As estimativas sugerem que suas grandes mandíbulas poderiam exercer uma força de mordida de até 110.000 a 180.000 newtons. Seus dentes eram grossos e robustos, preparados para agarrar presas e quebrar ossos.
Impacto na Ecologia Marinha
O megalodonte provavelmente causou um grande impacto na estrutura das comunidades marinhas. O registro fóssil indica que tinha uma distribuição cosmopolita. Provavelmente visava presas grandes, como baleias, focas e tartarugas-marinhas. Os juvenis habitavam águas costeiras quentes e se alimentavam de peixes e pequenas baleias. Ao contrário do tubarão-branco, que ataca presas na parte macia inferior, o megalodonte provavelmente usava suas mandíbulas fortes para romper a cavidade torácica e perfurar o coração e os pulmões de suas presas.
Competição e Extinção
O megalodonte enfrentava competição com cetáceos predadores de baleias, como Livyatan e outros cachalotes macropredadores, e possivelmente com orcas ancestrais menores. Como o tubarão preferia águas mais quentes, acredita-se que o resfriamento oceânico associado ao início das eras glaciais, combinado à redução do nível do mar e à consequente perda de áreas adequadas de berçário, também tenha contribuído para seu declínio. A redução na diversidade de misticetos e a mudança na distribuição para regiões polares pode ter diminuído a principal fonte de alimento do megalodonte. Um estudo de 2019 sugeriu que a concorrência do tubarão-branco moderno também pode ter contribuído para a extinção do megalodonte, juntamente com a fragmentação de sua variação, resultando em uma extinção gradual e assíncrona devido ao resfriamento dos oceanos há cerca de 3,6 a 4 milhões de anos, muito mais cedo do que se pensava anteriormente. A extinção do megalodonte parece ter afetado outros animais, como o aumento do tamanho das baleias após seu desaparecimento.