Genetico
Melhoramento genético em plantas é a aplicação de princípios genéticos para produzir plantas que são mais úteis para os humanos. Isso é realizado ao selecionar variáveis econômicas e/ou ambientais desejáveis, controlando o cruzamento dos indivíduos selecionados e, em seguida, escolhendo aqueles que apresentam as características desejáveis.
Esses processos, repetidos por muitas gerações, podem mudar as características das plantas, gerando novos valores para uma população vegetal, diferentes das plantas antecessoras.
Atualmente, os melhoristas – pesquisadores especializados em melhoramento – conseguem selecionar as plantas com maior potencial com base em dados de desempenho, árvore genealógica e informações genéticas mais sofisticadas, como informações do genoma.
Talvez você não saiba, mas o melhoramento genético é de grande importância para a alimentação humana e animal, produção de fibra, combustível, plantas para paisagismo, serviços de ecossistemas e uma variedade de outras atividades humanas.
O que é Melhoramento Genético em Plantas e Como Surgiu?
O melhoramento genético de plantas é a produção de vegetais por cruzamento seletivo, hibridização ou ferramentas de biotecnologia. É o mecanismo de produção de novas variedades de plantas para horticultura e agricultura.
Embora o melhoramento de plantas tenha um papel significativo no desenvolvimento de diferentes civilizações humanas, geralmente não é reconhecido como uma atividade principal pelo público em geral. Desenvolvimentos feitos na medicina, engenharia, eletrônica, transporte, viagens espaciais etc. têm recebido maior atenção que o melhoramento de plantas. No entanto, se mais energia fosse alocada para o desenvolvimento de suprimentos alimentares adequados, o progresso nas outras atividades humanas teria que ser mais limitado.
O melhoramento genético em plantas é uma atividade milenar, que data dos primórdios da agricultura. Provavelmente, logo após as primeiras domesticações dos grãos de cereais, os humanos começaram a reconhecer graus de excelência entre as plantas em seus campos e guardaram as sementes das melhores lavouras para o plantio de novas safras. Esses métodos seletivos provisórios foram os precursores dos primeiros procedimentos de cultivo de plantas.
Com o início das pesquisas em melhoramento de plantas, foram observadas as enormes riquezas genéticas e a grande variabilidade nas plantas. Isso foi o começo para explorar todo o potencial de uso e domesticação das plantas.
O melhoramento genético, também conhecido como domesticação de plantas, gerou a maioria dos cultivos para a alimentação da população humana e faz parte da nossa evolução. Das 250 mil espécies de plantas que hoje são descritas e caracterizadas, cerca de 50 mil têm potencial de interesse econômico.
Melhoramento de Plantas no Brasil
De maneira geral, as plantas mais cultivadas no Brasil foram introduzidas de outros países logo após o descobrimento. O trigo e a cana-de-açúcar, por exemplo, foram introduzidos em 1534, na Capitania de São Vicente, hoje São Paulo.
O processo de cultivo e adaptação desses vegetais em um novo ambiente já faz parte do melhoramento genético em plantas. A seleção daquelas que melhor se adaptavam e mais produziam representa o início de uma estratégia que se desenvolveria e se estabeleceria no país séculos depois.
No Brasil, os primeiros processos de melhoramento em plantas ocorreram no Instituto Agronômico (IAC), de Campinas, e na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – ESALQ/USP, no início da década de 1920. No IAC, as pesquisas de melhoramento começaram com o algodão. Já na ESALQ, foram a mandioca, o arroz e o milho. Depois disso, outras culturas começaram a ser estudadas, como o eucalipto, as olerícolas e a soja.
A criação das universidades e empresas de melhoramento de plantas ampliou o estudo das culturas. Na década de 1970, a Embrapa também auxiliou e acelerou esse desenvolvimento.
Atualmente, instituições públicas e privadas oferecem diferentes cultivares para as principais culturas do Brasil, sempre levando em conta os novos desafios que surgem para serem enfrentados pela pesquisa.
E como o Melhoramento Mudou as Plantas que Conhecemos Hoje?
As técnicas de melhoramento de plantas são extremamente bem-sucedidas e têm sido amplamente utilizadas na agricultura para aumentar o rendimento de várias plantas agrícolas nas últimas cinco décadas. Além disso, sob condições ambientais variáveis, o melhoramento genético é ainda mais desejável para o desenvolvimento de variedades de culturas resistentes a múltiplos estresses ambientais.
O melhorista geralmente tem em mente uma planta ideal que combina um número máximo de características desejáveis. Essas características podem incluir:
- resistência a doenças e insetos;
- tolerância ao calor, salinidade do solo ou geada;
- tamanho, formato e tempo de maturação apropriados;
Além de características que contribuem para uma melhor adaptação ao meio ambiente, também são consideradas: facilidade de cultivo e manuseio, maior rendimento e melhor qualidade.
Um dos objetivos de praticamente todos os programas de melhoramento – nome técnico dado a todas as pesquisas e práticas para a obtenção de uma nova cultivar – é aumentar o rendimento. Muitas vezes, isso pode ser obtido selecionando plantas que apresentam características de desenvolvimento.