Feminismo
O feminismo é um conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias que têm como objetivo comum a busca por direitos equânimes e uma vivência humana baseada no empoderamento feminino e na libertação de padrões patriarcais, estruturados em normas de gênero. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias que advogam pela igualdade entre homens e mulheres, promovendo os direitos das mulheres e seus interesses.
De acordo com Maggie Humm e Rebecca Walker, a história do feminismo pode ser dividida em três "ondas": a primeira ocorreu entre o século XIX e o início do século XX; a segunda, nas décadas de 1960 e 1970; e a terceira, a partir da década de 1990 até os dias atuais. A teoria feminista, originada desses movimentos, manifesta-se em várias disciplinas, como a geografia feminista, a história feminista e a crítica literária feminista.
O feminismo transformou as perspectivas predominantes em diversas áreas da sociedade ocidental, desde a cultura até o direito. Ativistas feministas fizeram campanhas pelos direitos legais das mulheres (direitos de contrato, propriedade e voto), pela autonomia e integridade do corpo feminino, pelos direitos reprodutivos (incluindo acesso à contracepção e cuidados pré-natais), pela proteção contra violência doméstica, assédio sexual e estupro, e por direitos trabalhistas como licença-maternidade e igualdade salarial, além de combater todas as formas de discriminação.
Historicamente, a maioria dos movimentos e teorias feministas foi liderada principalmente por mulheres brancas de classe média, da Europa Ocidental e América do Norte. Contudo, desde o discurso de Sojourner Truth, em 1851, mulheres de outras etnias e origens sociais propuseram formas alternativas de feminismo. Essa diversidade ganhou força na década de 1960 com o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos e o colapso do colonialismo europeu na África, Caribe, América Latina e Sudeste Asiático. Desde então, surgiram feminismos "pós-coloniais", com críticas ao etnocentrismo do feminismo tradicional ocidental, defendidas por autoras como Chandra Talpade Mohanty. Feministas negras, como Angela Davis e Alice Walker, também compartilharam dessa visão crítica.
A partir da década de 1980, feministas argumentaram que o movimento deveria analisar como a experiência feminina com a desigualdade se relaciona com questões como racismo, homofobia, classismo e colonização. No final dessa década e início da seguinte, feministas pós-modernas destacaram que os papéis sociais de gênero são construções sociais, tornando inviável generalizar as experiências das mulheres em diferentes culturas e contextos históricos.