Esquizofrenia
Esquizofrenia é uma perturbação mental caracterizada por episódios contínuos ou recorrentes de psicose. Os sintomas mais comuns são alucinações (incluindo ouvir vozes), delírios (convicções falsas) e desorganização do pensamento. Entre outros sintomas estão a reclusão social, dificuldade em expressar emoções e falta de motivação. Em muitos casos, as pessoas com esquizofrenia apresentam também outros problemas de saúde mental, como perturbações de ansiedade, depressão ou perturbação por abuso de substâncias. Os sintomas geralmente manifestam-se de forma gradual, desde o início da idade adulta, e permanecem durante um longo período de tempo.
As causas da esquizofrenia incluem fatores ambientais e genéticos. Entre os possíveis fatores ambientais estão o crescimento em ambientes urbanos, o consumo de drogas, determinadas infeções, a idade dos pais e má nutrição durante a gravidez. Entre os fatores genéticos estão uma série de variações genéticas. O diagnóstico tem por base a observação do comportamento da pessoa, a descrição que faz das experiências pessoais e o seu contexto cultural. À data de 2013 ainda não existia um teste específico. A esquizofrenia não implica ter "personalidade dupla" ou várias personalidades, condições com as quais é confundida na perceção da generalidade das pessoas.
O tratamento geralmente consiste na administração de medicamentos antipsicóticos e aconselhamento psiquiátrico, formação profissional e reabilitação social. Não é ainda claro se são mais eficazes antipsicóticos típicos ou atípicos. Em pessoas que não mostram sinais de melhoria com outros antipsicóticos pode ser administrada clozapina. Nos casos mais graves, em que existe risco para a própria pessoa ou para os outros, pode ser necessário recorrer a internamento hospitalar involuntário, embora atualmente os internamentos sejam mais curtos e menos frequentes do que no passado.
A esquizofrenia afeta entre 0,3 e 0,7% da população mundial em algum momento da vida. Estima-se que em 2013 houvesse 23,6 milhões de casos em todo o mundo. A doença é mais comum entre homens do que entre mulheres. Cerca de 20% das pessoas melhoram e algumas recuperam por completo. É comum que a esquizofrenia seja acompanhada de problemas sociais, como desemprego de longa duração, pobreza e viver na condição de sem-abrigo. A esperança de vida média das pessoas com a doença é de 10 a 25 anos mais curta do que a média. Isto é resultado do agravamento dos problemas de saúde físicos e de uma taxa de suicídio superior à média (cerca de 5%). Estima-se que em 2015 tenham morrido 17 000 pessoas por comportamentos relacionados com ou causados pela esquizofrenia.
Sinais e sintomas
A esquizofrenia caracteriza-se essencialmente por uma fragmentação da estrutura básica dos processos de pensamento, acompanhada pela dificuldade em estabelecer a distinção entre experiências internas e externas. Embora primariamente uma doença orgânica neuropsiquiátrica que afeta os processos cognitivos, seus efeitos repercutem também no comportamento e nas emoções.
Os sintomas da esquizofrenia podem variar de pessoa para pessoa, podendo aparecer de forma insidiosa e gradual ou, pelo contrário, manifestar-se de forma explosiva e instantânea. Podem ser divididos em duas grandes categorias: sintomas positivos e negativos.
