Catastrofe
O efeito estufa (português brasileiro) ou efeito de estufa (português europeu) é um processo físico que ocorre quando uma parte da radiação infravermelha (percebida como calor) é emitida pela superfície terrestre e absorvida por determinados gases presentes na atmosfera, os chamados gases do efeito estufa ou gases estufa. Como consequência disso, parte do calor é irradiado de volta para a superfície, não sendo libertado para o espaço. O efeito estufa dentro de uma determinada faixa é de vital importância pois, sem ele, a vida como a conhecemos não poderia existir. Serve para manter o planeta aquecido e, assim, garantir a manutenção da vida.
Atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis, o emprego de certos fertilizantes, o desmatamento e o grande desperdício contemporâneo de alimentos, que têm entre seus resultados a elevação nos níveis atmosféricos de gases estufa, vêm intensificando de maneira importante o efeito estufa e desestabilizando o equilíbrio energético no planeta, produzindo um fenômeno conhecido como aquecimento global.
Biodiversidade
São múltiplas as consequências da intensificação do efeito estufa para a vida na Terra e para o homem e sua sociedade, e em sua vasta maioria, negativas, com repercussões biológicas, sociais, culturais e econômicas de larga escala. As espécies que florescem hoje no mundo dependem de condições climáticas razoavelmente estáveis para sobreviver. A rapidez com que a elevação recente da temperatura média mundial vem ocorrendo impede que as espécies se adaptem a tempo, necessariamente gerando impacto negativo sobre o equilíbrio ecológico, desestruturando as cadeias alimentares, interferindo no balanço químico e energético das comunidades vivas, provocando sua redistribuição geográfica, favorecendo a proliferação de espécies invasivas e de muitas outras formas, fazendo com que numerosas espécies sofram pronunciado declínio populacional ou mesmo cheguem à extinção.
Essas interferências podem ser graves ao ponto de causar o colapso irreversível de ecossistemas inteiros, como já foi observado em vários casos. Projeções da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais indicam que um aquecimento mundial acima de 3,5 °C causará um empobrecimento generalizado na biodiversidade terrestre, com uma extinção provável de até 70% de todas as espécies conhecidas. O IPCC indicou que esta é uma possibilidade real, prevista em alguns dos modelos utilizados, embora as projeções mais consensuais apontem para uma elevação de pouco mais de 2 °C até o ano de 2100. Mesmo assim, esta elevação deverá causar efeitos de grande monta em todo o planeta.
Os gases atmosféricos estão em constante estado de troca dinâmica com os gases dissolvidos nas águas do mundo. O gás carbônico, em particular, tem a propriedade de provocar a acidificação da água, e a elevação de sua concentração no ar, por consequência direta, tem causado o aumento da acidez dos oceanos e outros corpos líquidos. O IPCC calcula que os oceanos absorveram cerca de 30% do gás carbônico emitido pelo homem para a atmosfera, e se acidificaram 26% a mais em relação ao seu estado pré-industrial. Cerca de metade desta acidificação ocorreu nos últimos 40 anos.
Da mesma forma que as espécies terrestres precisam de condições estáveis para sua vida, o mesmo se dá no caso das aquáticas, e a acidificação tem gerado uma quantidade de efeitos indesejáveis. Animais que possuem esqueletos e carapaças calcárias, como os corais, moluscos e esponjas, são os mais profundamente afetados, sofrendo com a dissolução ou enfraquecimento das suas estruturas corporais. Ao mesmo tempo, o aumento da concentração do gás na água automaticamente diminui a quantidade de oxigênio, um gás vital, causando morte por hipóxia (desoxigenação), alterações em seu metabolismo e no seu comportamento, surgimento de doenças e redução no crescimento, entre outros efeitos, que conduzem, por fim, igualmente ao declínio ou extinção das populações.
Esses impactos, somados à grande descarga de poluição de variadas naturezas nos oceanos de todo o mundo, mais a pesca excessiva e predatória, potencializam os efeitos desastrosos. Já existem mais de 400 zonas mortas em vários oceanos, onde a vida não consegue prosperar, devido a uma combinação de impactos produzidos pelo homem.