Antínoo
Antinoo (Bitinia, cerca de 110/112 - Outubro de 130) foi o parceiro amoroso e companheiro do Imperador Romano Adriano.
Origens
Antínoo Capitolino, estátua descoberta na Vila Adriana e atualmente preservada nos Museus Capitolinos, em Roma. Antínoo era natural da Bitínia (norte da Ásia Menor, hoje na Turquia), cidade que foi fundada por árcades de Mantineia, na Grécia continental. É provável que Adriano tenha conhecido Antínoo durante uma visita à Bitínia e que o tenha levado consigo.
É certo que Antínoo era membro do círculo mais próximo do imperador, uma espécie de pajem ou "garoto de estimação", em razão de sua grande beleza. Não há registro de que teve qualquer influência no espírito do imperador. Segundo Clemente de Alexandria, o relacionamento entre ambos era sexual, comparável ao relacionamento de Zeus com Ganímedes.
Adriano era trinta e quatro anos mais velho que Antínoo (um adolescente), enquadrando-se a relação no modelo pederástico dos catamitas da Grécia Clássica, quatro séculos antes, da qual Adriano era admirador, embora tal prática não fizesse parte dos costumes romanos. Aparentemente, a relação não gerou qualquer tipo de escândalo na época.
Morte
Em outubro de 130, durante uma visita ao Egito, Antínoo morreu afogado no rio Nilo, mas as circunstâncias em que o evento ocorreu são pouco claras. É pouco provável que tenha sido assassinado por Adriano por motivos políticos, dado que o status e origens do rapaz não representavam uma ameaça política ao imperador. Frequentemente defende-se que o próprio Antínoo ofereceu-se como sacrifício aos deuses, de modo a assegurar a prosperidade de Adriano.
Na época, o imperador passava por um mau período, marcado por problemas de saúde, revoltas em partes do Império Romano, seca e fome no Egito. Adriano e Antínoo tinham sido iniciados nos mistérios de Elêusis, sendo provável que suas vidas tenham tomado um caráter mais místico.
No Egito, acreditava-se que a morte de um jovem no Nilo seria favorável à obtenção do favor dos deuses (sendo uma pessoa associada a Osíris) e não era estranho ocorrerem mortes cerimoniais na época do ano em que Antínoo e Adriano avançavam pelo país.
Outros autores sugerem que Antínoo pode ter cometido suicídio. Segundo as fontes da época, após a sua morte, Adriano teria chorado desesperadamente. Na sequência da morte de seu amado, o imperador decidiu transformar o falecido Antínoo em um deus, a ser adorado por todo o império, e mandou fundar uma cidade, Antinoopólis, em homenagem a ele, no local onde ele se afogou.