Vasa - O Possante Navio de Guerra Sueco
Vasa (ou Wasa) foi um poderoso navio de guerra sueco, construído entre 1626 e 1628 para ser o navio-almirante (regalskepp) da esquadra de guerra do rei Gustavo Adolfo II. No entanto, o navio afundou perto da ilhota de Beckholmen após navegar menos de uma milha náutica (cerca de 1,8 km) em sua viagem inaugural, em 10 de agosto de 1628.
O Naufrágio do Vasa
O Vasa foi construído com a parte superior muito pesada e com insuficiente lastro. Mesmo com a evidente falta de estabilidade, o navio foi autorizado a zarpar, afundando minutos depois ao encontrar um vento mais forte. A pressão para lançá-lo se deu pela impaciência do rei Gustavo Adolfo, que estava fora na data da viagem inaugural e desejava que o Vasa se unisse à Frota do Báltico, envolvida na Guerra dos Trinta Anos. Os subordinados do rei, sem coragem para questionar, seguiram com a viagem inaugural. Um inquérito foi aberto, mas ninguém foi responsabilizado.
Redescoberta e Restauração
Após o naufrágio, o Vasa foi esquecido, embora seus preciosos canhões tenham sido resgatados no século XVII. Nos anos 1950, o navio foi redescoberto na saída da baía de Estocolmo e resgatado quase intacto em 24 de abril de 1961. Inicialmente, foi alojado no museu temporário Wasavarvet, sendo transferido em 1987 para o Museu do Vasa, em Estocolmo. Desde então, o Vasa se tornou uma das maiores atrações turísticas da Suécia, recebendo milhões de visitantes ao longo dos anos.
Descobertas Arqueológicas
Durante o resgate em 1961, milhares de artefatos e restos mortais de pelo menos 15 pessoas foram encontrados no Vasa. Entre os itens estavam roupas, armas, canhões, ferramentas, moedas, talheres, alimentos, bebidas e seis das dez velas. Estes artefatos, junto ao próprio navio, têm fornecido valiosas informações sobre guerra naval, técnicas de construção e a vida no início do século XVII na Suécia.
Contexto Histórico e a Construção do Vasa
Durante o século XVII, a Suécia passou de um pequeno reino periférico a uma potência europeia. Este período de proeminência, conhecido como "stormaktstiden" ("idade de grandeza"), foi impulsionado por monarcas capazes, que centralizaram o poder e construíram uma eficiente máquina militar. Gustavo Adolfo, um dos mais habilidosos governantes suecos, precisava de uma marinha forte para proteger os interesses da Suécia no Mar Báltico, especialmente durante a Guerra dos Trinta Anos.
Os Desafios da Marinha Sueca
A marinha sueca enfrentou vários reveses graves na década de 1620. Em 1625, uma esquadra foi pega por uma tempestade no golfo de Riga, resultando na perda de dez navios. Em 1627, a marinha sueca foi derrotada pelos poloneses na Batalha de Oliwa, e em 1628, o Vasa afundou em sua viagem inaugural. As constantes guerras navais, somadas a conflitos com a Polônia e ameaças de forças católicas, levaram a Suécia a investir em uma frota de navios poderosos.
A Frota dos Regalskepp
O Vasa foi o primeiro de uma série de cinco imponentes navios, incluindo o Äpplet, Kronan, Scepter e Göta Ark, que formaram a espinha dorsal da marinha sueca até a década de 1660. Destes "navios reais", o Vasa foi projetado para ser o maior e mais ornamentado, simbolizando o poderio militar sueco e suas ambições expansionistas no cenário europeu da época.