Suicídio entre Médicos e Estudantes de Medicina
O desejo universal de imortalidade nos leva a idealizar um ser onipotente capaz de retardar, deter ou até anular a ameaça da morte. A esse ser idealizado, Simon chamou de "ser tanatolítico", e ao conjunto de ações mágicas atribuídas a ele, de "complexo tanatolítico". Entre as motivações para a escolha da carreira médica, segundo ele, o "complexo tanatolítico" exerce forte influência. O perigo a que se expõem os estudantes de medicina e, principalmente, os médicos no exercício da profissão, é o de fazer uma identificação total entre seu eu e o "ser tanatolítico", assumindo compromissos onipotentes. Os sentimentos de culpa por fracasso de onipotência (limites de realidade) favorecem o surgimento de quadros depressivos e suicídios, evidenciados por dados epidemiológicos que mostram uma incidência e prevalência de suicídios nesse grupo profissional superior à da população geral.
Fatores Psicológicos no Suicídio de Médicos
O médico, por ser, na maioria das vezes, ativo, ambicioso, competitivo, compulsivo, entusiasta e individualista, pode facilmente se frustrar nas suas necessidades de realização e reconhecimento. Isso pode ser suficiente para produzir ansiedade, depressão e a necessidade de cuidados psiquiátricos. No entanto, se houver preconceito com a Psiquiatria, o médico pode buscar outras opções, como a somatização, abuso de álcool e drogas, ou, em casos mais graves, o suicídio.
Perda da Onipotência e Suicídio entre Estudantes de Medicina
Segundo Wekstein, os elevados índices de suicídio encontrados entre estudantes de medicina e médicos estão relacionados à perda da onipotência, onisciência e virilidade idealizadas por muitos aspirantes à carreira médica durante o curso e a vida profissional. Além disso, a crescente ansiedade pelo temor de falhar contribui para o aumento desses índices.