Solitário-de-Rodrigues: O Primo Extinto do Dodô
O Solitário-de-Rodrigues (Pezophaps solitaria) era uma espécie de ave incapaz de voar, endêmica da ilha de Rodrigues, no Oceano Índico. Relacionado ao famoso dodô, compartilhava semelhanças físicas e a trágica extinção após o contato com humanos. Descoberto em 1601 por navegadores holandeses, foi extinto na década de 1760 devido à caça, desmatamento e introdução de predadores como gatos e porcos, que dizimavam seus ovos e filhotes.
Características Físicas
O Solitário-de-Rodrigues atingia o tamanho de um cisne e apresentava dimorfismo sexual acentuado. Os machos, maiores que as fêmeas, mediam até 90 cm de comprimento e pesavam cerca de 28 kg, enquanto as fêmeas chegavam a 70 cm e 17 kg. A plumagem era cinza e marrom, sendo mais clara nas fêmeas. Tinha um bico levemente adunco com uma faixa preta na base, pescoço longo e pernas robustas. As protuberâncias ósseas nas asas eram usadas em combates territoriais.
Comportamento e Alimentação
A ave era territorial e utilizava as asas em disputas, golpeando os invasores. Colocava um único ovo por vez, incubado pelo casal. Sua dieta incluía frutas e sementes, e possuía pedras na moela, do tamanho de um ovo de galinha, para ajudar na digestão.
História e Extinção
Os solitários foram descritos por exploradores como François Leguat, que liderou um grupo de religiosos abandonados em Rodrigues em 1691. Seu relato, acompanhado por um desenho, é uma das principais fontes sobre a ave em vida. Outro relato importante é de Julien Tafforet, que ficou em Rodrigues em 1726. A caça intensiva, associada à introdução de espécies exóticas e à destruição do habitat, levou à extinção da espécie.
Descobertas Subfósseis
Após a extinção, os achados subfósseis, iniciados em 1786, forneceram informações valiosas sobre a espécie. Ossos recuperados permitiram a montagem de esqueletos completos e confirmaram o parentesco com os pombos e o dodô. Fraturas ósseas indicaram o uso das asas em combates. Recentemente, análises de DNA comprovaram que o parente vivo mais próximo do Solitário-de-Rodrigues e do dodô é o pombo-de-nicobar.