Sistema digestório humano - Órgãos e suas funções . Parte 2
A faringe
O caminho percorrido pelo bolo alimentar é o seguinte: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso, reto e ânus. O processo entre a boca e a faringe chama-se deglutição, ou seja, quando o alimento é engolido, podemos também falar que ele é deglutido. As tonsilas palatinas (também conhecidas como amídalas), órgãos que atuam em defesa do corpo, estão localizadas na faringe. A faringe atua tanto no sistema digestório quanto no respiratório, ela se comunica com: boca, cavidades nasais, laringe e esôfago.
A laringe
A dinâmica digestão/respiração é muito interessante. Quando engolimos algo, paramos de respirar durante alguns segundos, justamente porque o canal “faringe” está ocupado pelo que estamos engolindo e então não tem espaço para passar o ar… Interessante, não?! Ainda sobre o processo digestão/respiração, a laringe (diferente de faringe), apesar de ter pouca relação com a digestão, possui uma estrutura que é importantíssima: a válvula epiglote (uma estrutura cartilaginosa), a qual evita que alimentos entrem no sistema respiratório.
O esôfago
O próximo órgão por onde o alimento passa é o esôfago, o qual possui forma tubular e aproximadamente 25 centímetros de comprimento. Nele, o bolo alimentar continua seu percurso em direção ao estômago (este percurso dura cerca de 10 segundos), com o auxílio dos movimentos peristálticos. Este movimento contribui para a digestão mecânica, e é tão eficiente, que mantém o fluxo do bolo alimentar mesmo que estejamos de cabeça para baixo.
Os movimentos peristálticos continuam atuando no estômago e auxiliam na mistura do bolo alimentar com o suco gástrico (produzidos pelas glândulas da mucosa); esta mistura agora é líquida e passa a ser chamada de quimo, por isso, a digestão gástrica (que dura de duas a quatro horas) também pode ser conhecida como quimificação. Existem diferentes válvulas (glote, esfíncteres…) distribuídas pelo tubo digestório, e algumas destas “barreiras” encontram-se no esôfago e no estômago, como por exemplo, a piloro (a qual regula a passagem do quimo para o intestino).
O estômago
O estômago é uma grande bolsa expansível a qual é responsável pela digestão das proteínas. Apesar da mastigação ativar a produção do ácido clorídrico (o qual mantém a acidez estomacal) no estômago, o suco gástrico (composto de água, sais, enzimas e ácido clorídrico), só é produzido com a presença de alimentos proteicos no estômago.
Todo este ambiente oferece condições ideais para enzimas como a pepsina (principal enzima do estômago, a qual intensifica a digestão química), atuarem. Por possuir ácido clorídrico, o suco gástrico é bastante corrosivo, porém, normalmente ele não prejudica a parede do estômago, pois ela está protegida por uma mucosa especial. No entanto, se algo está em desequilíbrio e/ou se alguma válvula estiver com algum problema, doenças como gastrite, refluxo e esofagite podem surgir.
Nós ingerimos muitas bactérias (as quais ao longo do nosso crescimento são muito importantes para o desenvolvimento do sistema imune), no entanto poucas sobrevivem à acidez do estômago, a Helicobacter pylori (também conhecida como H. pylori) é uma delas. Ela pode nos causar problemas. A associação entre a sua presença no estomago e doenças gastrintestinais foi proposta pela primeira vez em 1983 por Warren e Marshall.
O intestino delgado
Depois do estômago, o produto que está sendo digerido é encaminhado ao intestino delgado, onde ocorre a maior parte da digestão e absorção dos nutrientes. Este órgão é dividido em três porções, duodeno, jejuno e íleo. No duodeno, são lançadas secreções como a bile, a qual é produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar. Não contém enzimas digestivas, porém são capazes de quebrar as gorduras em pedaços bem pequenos, além de possuírem bicarbonato de sódio, o qual atenua a acidez do quimo. O suco pancreático, produzido pelo pâncreas, com várias enzimas que digerem proteína, carboidratos e lipídios; e o suco entérico, produzido pelo intestino, também conhecido como suco intestinal, possui enzimas capazes de digerir proteínas, carboidratos e outras substâncias. O jejuno e íleo são porções que complementam o processo ocorrido no duodeno. O produto final deste processo é uma pasta grossa, fermentada, com detritos não absorvidos e com algumas bactérias, conhecido como quilo, que segue o fluxo para o intestino grosso.
O intestino grosso
O intestino grosso, formado por ceco, cólon (ascendente, transverso, descendente e curva sigmoide) e reto; mede aproximadamente 1,5 metros de comprimento e seis centímetros de diâmetro, e é o último órgão por onde o produto da digestão passa. Até pouco tempo, considerava-se que o material encaminhado ao intestino grosso, era descarte, no entanto atualmente sabe-se que esse material serve como alimento para as bactérias presentes nesta região.
Além disso, neste órgão ocorre a absorção da água, armazenamento de certos nutrientes e eliminação de resíduos digestivos. O produto que chega ao ceco (primeira porção do intestino grosso) é chamado de bolo fecal, este mesmo produto segue o fluxo até o cólon onde fica estagnado por muitas horas. As fibras vegetais (como a celulose) não são digeridas e nem absorvidas pelo organismo, porém elas são importantíssimas para a formação do bolo fecal. Ao longo de todo o intestino grosso, a mucosa intestinal produz muco para que o bolo fecal seja hidratado, facilitando sua eliminação em forma de fezes pelo ânus (orifício localizado na porção final do reto).