Saúde bucal em cada faixa etária da vida
Hábitos para uma boa higiene bucal devem ser incentivados desde cedo para garantir dentes saudáveis ao longo da vida. A Pesquisa Nacional da Saúde (PNS) mais recente, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que 41% das pessoas com 60 anos ou mais perderam todos os dentes. Este dado poderia ser menor caso a saúde bucal fosse cuidada da maneira correta. Os cuidados com a boca mudam de acordo com a idade, e a rotina de higiene deve ser adequada a cada fase.
Entenda Como Cuidar da Saúde Bucal ao Longo da Vida
a) Infância (0 a 9 anos)
Segundo o Ministério da Saúde, 56% das crianças menores de 12 anos já tiveram cáries, casos que podem ser evitados principalmente com uma boa higiene bucal. Mesmo antes da primeira dentição, as mães devem fazer uma limpeza da gengiva e da língua do bebê, utilizando um pano umedecido para remover resíduos de alimentos que podem causar infecções.
A partir do primeiro dente, é importante usar uma escova apropriada para bebês e uma pasta dental infantil. Neste momento, a criança deve se familiarizar com os itens de higiene para criar o hábito da limpeza. Os pais também devem ficar atentos a fraturas dentárias que podem ocorrer devido a brincadeiras típicas da idade.
b) Adolescência (10 a 19 anos)
A transição entre a infância e a fase adulta traz um aumento das responsabilidades e a adoção de uma rotina acelerada. Com isso, o cuidado com a saúde bucal pode deixar de ser prioridade. O consumo frequente de alimentos com alto teor de açúcar e gorduras saturadas pode danificar seriamente os dentes se a higienização correta não for feita. O uso de aparelhos ortodônticos para corrigir desvios na arcada dentária é comum nessa fase e exige atenção especial para não deixar resíduos de alimentos entre as peças.
Entre os 16 e 20 anos, os dentes sisos começam a aparecer e, geralmente, não há espaço suficiente na boca, o que pode causar dores e desconforto. O acompanhamento com um cirurgião-dentista é essencial para avaliar a necessidade de extração desses dentes.
c) Fase Adulta (20 a 59 anos)
Os desgastes naturais começam a aparecer nesta fase, acompanhados de mudanças hormonais. Os homens são mais propensos a sofrer com hipersensibilidade dentária devido à retração da gengiva. Alimentos ácidos podem acelerar a corrosão do esmalte dos dentes. Se a sensibilidade persistir por semanas, mesmo após evitar comidas ácidas, consulte um dentista para o tratamento adequado.
Para as mulheres, a diminuição nos níveis hormonais durante a menopausa pode afetar a saúde bucal, diminuindo a produção de saliva e causando mudanças nas gengivas. A gravidez também pode deixar a gengiva suscetível a inflamações. É fundamental informar seu dentista sobre essas condições e redobrar os cuidados.
O bruxismo, que é o hábito de ranger os dentes involuntariamente, pode provocar dores de cabeça e desgaste dentário, resultando em perdas ósseas. Este problema está geralmente ligado ao estresse e à ansiedade, condições comuns na vida adulta.
d) Terceira Idade (a partir dos 60 anos)
A saúde bucal do idoso é um reflexo dos hábitos adquiridos ao longo da vida. Se houver uma rotina de limpeza adequada, é possível chegar à terceira idade com dentes saudáveis. Nesta fase, as papilas salivares diminuem e, com o uso de medicamentos, a produção de saliva pode cair drasticamente, resultando em uma condição conhecida como xerostomia. Isso pode dificultar a fala, a alimentação e aumentar o mau hálito.
A osteoporose, que é a diminuição da densidade do tecido ósseo, também pode afetar a saúde bucal. A estrutura dos dentes pode ficar comprometida devido à fraqueza dos ossos do maxilar. Portanto, ter uma dieta rica em cálcio é importante para evitar o desenvolvimento da osteoporose.
Os cuidados com a saúde bucal devem começar na primeira infância e continuar ao longo da vida para garantir um sorriso saudável. Escovar os dentes após as refeições, usar fio dental e enxaguante bucal diariamente não devem ser negligenciados, assim como as visitas regulares ao dentista.