Reino de Jafanapatão
O Reino de Jafanapatão (em tâmil: யாழ்ப்பாண அரசு; em inglês: Jaffna Kingdom) (1215–1619), também conhecido como Reino de Aryacakravarti, foi uma monarquia histórica do Sri Lanka, centrada na cidade de Jafanapatão, na península homônima no norte da ilha. O reino foi fundado após a invasão da região pelo guerreiro Calinga Maga, oriundo de Calinga, na Índia. Tendo inicialmente estabelecido um novo centro de poder ao norte, noroeste e oeste da ilha, em 1258, o reino tornou-se um feudo tributário do Império Pândia, situado na atual Índia do Sul. Com o declínio do domínio Pândia, o reino obteve a independência em 1323, após a derrota e expulsão do último governador por Malik Kafur, general do exército do Sultanato de Déli.
Durante um breve período na primeira metade do século XIV, o reino tornou-se a entidade política dominante na ilha, quando todos os reinos restantes da região aceitaram ser seus subordinados. No entanto, em 1450, Jafanapatão passou a ser dominado pelo rival reino de Cota, em consequência de uma invasão por um exército tâmil liderado por Chempaha Perumal sob as ordens de Cota.
O reino libertou-se do domínio Cota em 1467. Os monarcas posteriores concentraram esforços na consolidação do potencial econômico da região, através da exportação de pérolas e elefantes e do rendimento das terras. Durante esta época de estabilidade, foram produzidas diversas das mais importantes obras de literatura em língua tâmil da região e construídos diversos templos hindus, entre os quais uma academia de letras.
A chegada das forças coloniais portuguesas à ilha do Sri Lanka em 1505 criou diversos problemas políticos, especialmente a sua implementação no estratégico estreito de Palk, que permitia a ligação de todos os reinos da ilha com a Índia do Sul. Inicialmente, muitos dos reinos da região entraram em confrontos com os colonos portugueses, embora ao longo do tempo a região fosse sendo pacificada. Em 1617, Cankili II, um usurpador ao trono, confrontou as forças portuguesas; no entanto, sua derrota precipitou o fim da independência do reino em 1619, na sequência da conquista portuguesa. Embora posteriormente alguns rebeldes, como Migapulle Arachchi, tenham tentado recuperar a posse do reino, as rebeliões foram sucessivamente derrotadas.