REDE DE APOIO. O QUE É?
A maioria das pessoas não sabe do que se trata esse termo.
A REDE DE APOIO à puérpera é quem estará ao lado dela no PUERPÉRIO, quem vai auxiliar essa mulher. Quem vai facilitar as coisas do dia-a-dia pra que ela cuide do seu bebê tranquilamente, permitindo o “vínculo mãe-bebê”. Quem vai auxiliar nos cuidados do bebê pra que a mãe tenha tempo pra ela. Quem vai permitir que ela se desligue dos problemas de fora daquele turbilhão de emoções que ela está vivendo.
Segundo Laura Gutman em seu livro “A Maternidade e o Encontro com a própria sombra”, nos tempos modernos as mães e os pais têm dificuldade de compreender essa atitude, O APOIO a recém mãe. Refere-se à proteção e ao cuidado que o companheiro ou companheira, ou alguém que irá desempenhar esta “função” na família, por escolha da mulher, pra que ela possa desempenhar seu papel materno. Requer uma atitude muito ativa e sensível.
O que necessariamente significa apoiar a maternidade segundo Laura Gutman?
Facilitar e proteger a fusão mãe-bebê, permiti-la e defendê-la. Já que, para estar em condições de submergir na fusão a mãe precisa estar livre de todas as preocupações mundanas e materiais. Ou seja, basicamente a mãe se dedica as necessidades do bebê enquanto todas as tarefas domésticas são atribuídas a sua REDE DE APOIO.
Defender a mãe do mundo exterior, massacrado pelos palpites, críticas e sermões que circulam acerca do que “deve ser feito”. Resguardar o ninho. Ser um intermediário, constituir-se em uma muralha entre o mundo interno e o mundo externo.
Apoiar ativamente a introspecção, ou seja, permitir que a mãe explore a abertura de sua sombra vivenciando com liberdade e intimidade a experiência do florescimento de sua mãe interior. Permitir que a mãe faça a sua travessia!
Aceitar e amar. Neste período, o essencial é não questionar as decisões ou instituições sutis da mãe, que surgem como rodamoinhos incontroláveis, pois respondem a uma viagem interior na qual ela está embarcada e sobre a qual não tem controle. Não é tempo de discussão, e sim de aceitação e observação.
Ou seja, o apoio não é somente trocar a fralda ou fazer o bebê dormir. É também! Porque é uma fase de esgotamento, e de cansaço extremo, então todo auxílio a essa mulher é muito bem vindo, sempre.
Mas, o mais importe é o APOIO EMOCIONAL, é saber ouvir! É necessário que alguém que esteja fora do rodamoinho emocional em que a mãe se encontra, ou seja, alguém que mantenha sua estrutura emocional intacta, “sustente” o mundo material para que a mãe não precise abandonar o mundo emocional em que está submersa. Trata-se de equilíbrio. O pai, ou a companheira, ou a avó, ou a amiga, tem o papel de abraçar, acolher, equilibrar, ouvir.
Muitas vezes a mulher solicita ajuda ao pai, pra dar banho, comida, fazer dormir, sendo que na verdade o que ela quer é muito mais do que isso, é além, é um abraço, é apoio emocional. Afinal, o pai se encontra fora do vulcão em que ela se encontra submersa, ele trará equilíbrio naquele momento tão difícil pra ela. A maternidade e a paternidade exige muita de maturidade do casal, o apoio deve ser mútuo.
TER UMA REDE DE APOIO É TER UM PUERPÉRIO MAIS FELIZ
Aqui cabe um pequeno trecho do livro Pós-F, da Fernanda Yang: “Não tem assunto mais sério, mais grave e mais perigoso que a maternidade. As pessoas acham que é esse romance, essa sabedoria, essa bondade. E ter filhos é a coisa mais difícil que tem.” Normalmente nós seres humanos não estamos dispostos a lidar com nossas fragilidades com as nossas sombras, e tudo isso vem a tona com a maternidade, de uma forma muito forte.
Precisamos nos informar, ler muito, conversar com outras mães e refletir ao máximo pra escolher a nossa REDE DE APOIO. Conversar com as pessoas que formarão essa rede, pra estabelecer uma sintonia antes da chegada do bebê.
A REDE DE APOIO é fundamental pra vivermos um PUERPÉRIO mais tranquilo. O sucesso na amamentação é maior, o vínculo da mãe e do bebê é fortalecido e a conexão do “casal” é maior. A mãe se vê protegida, amada e cuidada, quando cercada de apoio e carinho!
O PUERPÉRIO apesar de intenso e difícil, pode deixar de ser sofrido, como é para grande parte das mulheres. Podemos juntamente com a nossa REDE DE APOIO passar por esses dias transformadores com mais alegria, amor e leveza.
Precisamos inserir esse tema nas nossas rodas de conversa, e incluir os homens nessas discussões.
E pra quem já vivenciou o PUERPÉRIO, seja lá como foi sua experiência, negativa ou positiva, fale sobre!