Répteis – Características, habitat e anatomia
A Classe Reptilia (do grego reptum = rastejar), a qual contempla os répteis, é um grupo de animais vertebrados (que possuem vértebras) e ectotérmicos, ou seja, não possuem um mecanismo interno que regule sua temperatura corporal, por isso é muito comum ver jacarés, crocodilos e tartarugas ao sol…
E é também a partir da característica de ectotermia dos répteis, que surgiu a expressão “lagarteando” quando queremos dizer que estamos descansando ao sol.
Desde a Era Paleozóica, este grupo vem se desenvolvendo e evoluindo. Ao contrário dos Anfíbios, os Répteis não dependem da água para a reprodução, todos são amniotas (os embriões ficam rodeados por uma membrana amniótica).
Classificação dos Répteis
Os répteis atuais são divididos em quatro ordens:
- Crocodilia: compreende os grupos de crocodilos, gaviais, aligátores, caimões e jacarés;
- Squamata: também conhecidos como “escamados”, compreendem as serpentes, anfisbenas e lagartos/iguanas/camaleões/lagartixas;
- Testudinea: também conhecidos como “quelônios”, são as tartarugas marinhas e de água doce, jabutis e cágados;
- Rhynchocephalia: tuataras da Nova Zelândia (existem apenas duas espécies que estão sob risco de extinção).
Anatomia
Diferente dos Anfíbios, os Répteis possuem pele seca (não é mucosa e possui poucas glândulas superficiais), queratinizada e geralmente com escamas ou escudos;
Possuem esqueleto interno ossificado em todos os grupos, e musculatura altamente desenvolvida em Squamata e em Crocodilia;
Coração geralmente com três cavidades (dois átrios e um ventrículo), exceto no grupo dos Crocodilianos, os quais possuem quatro cavidades (dois átrios e dois ventrículos), mas mesmo tendo quatro cavidades e ventrículos separados, os sangues arterial e venoso se misturam.
Geralmente possuem quatro membros (tetrápodos), os quais possuem cada um, cinco dedos terminados em garras. Porém existem algumas exceções: as tartarugas marinhas por exemplo, possuem quatro membros, mas eles são modificados para nadar (não possuem dedos e garras), outros grupos possuem as pernas reduzidas ou ausentes.
A respiração é pulmonar (possuem pulmões com dobras internas que possibilitam o aumento de sua capacidade respiratória). Alguns grupos como o das tartarugas, podem ficar algumas horas prendendo a respiração debaixo da água, nessa situação ocorre a bradicardia (fenômeno no qual o organismo do animal funciona de forma mais lenta, coração bate em uma frequência menor do que o normal e o oxigênio dissolvido na água é absorvido por meio da faringe e da cloaca).
Reprodução
A fecundação é interna, geralmente com o auxílio de órgãos copuladores, o macho introduz os espermatozoides dentro do corpo da fêmea;
Geralmente são ovíparos (desenvolvimento embrionário ocorre dentro do ovo, porém fora do corpo materno). No entanto, alguns grupos de cobras e lagartos apresentam ovovivíparidade, ou seja, as fêmeas produzem os ovos, o desenvolvimento embrionário ocorre dentro destes ovos, porém a fêmea os retém dentro de seu corpo até completar o desenvolvimento e então expele o feto;
Ovos com cascas córneas ou calcárias. Presença de envoltórios embrionários como: âmnio, cório, saco vitelino e alantoide. Como a fecundação interna, as características dos ovos com cascas foram importantes para o estabelecimento destes grupos no meio terrestre.
O sexo de alguns grupos, como o das tartarugas, por exemplo, é determinado ainda dentro dos ovos, conforme a temperatura ambiente. Caso os ovos tenham contato com temperaturas < 20ºC ou > 30ºC, nascerão mais fêmeas; caso a temperatura varie entre 22º-28ºC, nascerão mais machos.
Habitat e Alimentação
Em sua maioria, os répteis têm maior atividade durante o dia (quando está mais quente) e repousam à noite (quando está mais frio), mas como para toda regra há exceção, existem alguns grupos que caçam seu alimento à noite. A maioria é carnívora (se alimentam desde insetos até outros vertebrados), algumas espécies são herbívoras (comem plantas, vegetais) e ainda existem as onívoras (que comem de tudo um pouco!). Possuem sistema digestório completo, o qual inicia na boca e termina na cloaca.
Os Crocodilianos possuem dentes grandes e afiados que seguram a presa e rasgam sua carne, já os Testudíneos, possuem dentes curtos e cerrados (com exceção da tartaruga mordedora, a qual possui uma modificação na maxila que a possibilita comer animais que tenham carapaças como outras tartarugas). Já as Serpentes, possuem quatro tipos de dentição: áglifa (sem peçonha, dentes maciços), opistóglifa (dente inoculador de veneno – peçonha, presente na parte final do maxilar), proteróglifa (par de dentes não-retráteis inoculadores de veneno, encontrados na parte superior frontal) e solenóglifa (par de dentes retráteis inoculadores de veneno, encontrados na parte superior frontal).
As Serpentes possuem fosseta loreal, língua bífida e órgão de Jacobson, que contribuem para a identificação de variações de temperaturas e substâncias químicas, podendo então, reconhecer predadores ou presas. Muitas pessoas acreditam que a cabeça das serpentes em formato triangular e a presença de pupila do olho em formato vertical ou elíptica (olho em forma de fenda) significam que elas são peçonhentas. Estes são dois grandes mitos que merecem ser desmistificados!
Nem todas as serpentes que possuem cabeça em forma triangular são venenosas, isso é muito subjetivo, o que seria exatamente uma cabeça em forma triangular? Compare abaixo a foto de uma jararaca (peçonhenta) e de uma jiboia (constritora, não peçonhenta), e tire suas próprias conclusões! Ademais, os olhos em forma de fenda, são relacionados ao hábito noturno das Serpentes, e não ao tipo de dentição e/ou presença de glândulas de veneno.