Primeiro Período Intermediário (2160–2055 a.C.)
Depois do colapso do governo central do Egito no final do Império Antigo, o governo não conseguiu sustentar ou estabilizar a economia do país. Os governadores regionais não podiam contar com o faraó para apoio em épocas de crise, e a consequente escassez de bens e disputas políticas agravaram-se, resultando em situações de fome e guerras civis de pequena escala. No entanto, apesar dos problemas, os líderes locais, que já não deviam tributo ao faraó, usaram essa independência para estabelecer uma cultura próspera nas províncias. Uma vez que dominavam seus próprios recursos, as províncias desenvolveram-se economicamente, o que se demonstrou por meio de maiores e melhores atos fúnebres entre todas as classes sociais.
Verificaram-se surtos de criatividade, com os artesãos das províncias adotando e adaptando motivos culturais antes restritos à realeza do Império Antigo, enquanto os escribas desenvolveram estilos literários que expressavam o otimismo e a originalidade do período.
Competição entre Governantes Locais
Livres da fidelidade ao faraó, os governantes locais começaram a competir entre si pelo controle territorial e poder político. Por volta de 2160 a.C., os governantes de Heracleópolis controlavam o Baixo Egito, enquanto um clã rival, baseado em Tebas, a família Intefe, assumiu a posse do Alto Egito. À medida que os Intefes cresceram em poder e se expandiram para o norte, um confronto entre as duas dinastias rivais tornou-se inevitável. Cerca de 2055 a.C., as forças de Tebas, sob o comando de Mentuotepe II, derrotaram finalmente os governantes de Heracleópolis, reunindo as Duas Terras e dando origem a um período de renascimento econômico e cultural conhecido como o Império Médio.