Paulo I da Rússia
Paulo I (São Petersburgo, 1 de outubro de 1754 – São Petersburgo, 23 de março de 1801) foi o Imperador da Rússia de 1796 até seu assassinato. Era o único filho do imperador Pedro III e da imperatriz Catarina II. Ele permaneceu na sombra de sua mãe até finalmente ascender ao trono. Como monarca, a sua maior realização foi instituir as Leis Paulinas para governar a sucessão ao trono russo. Paulo acabou alienando seus conselheiros e a nobreza com suas políticas, vistas como incômodas, sendo assassinado pelos condes Peter Ludwig von der Pahlen e Nikita Petrovich Panin, e o almirante espanhol José de Ribas.
Através da numerosa família que Paulo I constituiu com sua segunda esposa, atualmente quase todas as famílias reais da Europa (incluindo algumas não-reinantes) são descendentes diretas do antigo czar Paulo. São seus descendentes diretos: o rei Guilherme Alexandre dos Países Baixos, a rainha Margarida II da Dinamarca, o rei Carlos XVI Gustavo da Suécia, Carlos, Príncipe de Gales (através de seu pai, o príncipe Filipe da Grécia e Dinamarca), e o rei Filipe VI da Espanha (através de sua mãe, a princesa Sofia da Grécia e Dinamarca). Assim como os herdeiros do trono de nações onde a monarquia encontra-se abolida: Rússia, Alemanha, Grécia, Romênia e Iugoslávia.

Infância
Paulo nasceu no Palácio de Verão de Yelizaveta Petrovna em São Petersburgo. Ele era filho do Grão-Duque Pedro (futuro Pedro III), sobrinho e herdeiro de Isabel, e da Grã-Duquesa Catarina (futura Catarina II). Nas suas memórias, Catarina II insiste que Paulo não era filho de Pedro, mas de um de seus amantes, Sergei Saltykov. Os defensores das alegações de Catarina afirmam que Pedro era estéril e que não foi capaz de manter relações sexuais normais até passar por uma cirurgia, logo, não poderia ser o pai do czar. Embora os boatos de ilegitimidade tenham sido divulgados pelos seus inimigos, Paulo parecia-se fisicamente com o pai, o que pode colocar essa história em dúvida. Especulou-se que essas intrigas seriam uma tentativa de lançar dúvidas sobre os direitos reais de Paulo ao trono, a fim de fortalecer a posição de Catarina.
Durante a sua infância, Paulo foi retirado do convívio da sua mãe pela czarina Isabel, o que acabou afetando a sua saúde pelo excesso de mimos e cuidados. O pequeno príncipe foi descrito como inteligente e de boa aparência. O nariz achatado e as características faciais na vida adulta são atribuídos a um ataque de tifo sofrido em 1771. Consta que a sua mãe o odiava, mas o que a impediu de provocar a morte quando ele ainda era criança foi o medo de que as consequências de um outro crime palaciano pudessem recair sobre ela. Lord Buckinghamshire, o embaixador britânico na corte russa, já expressara essa opinião em 1764. No entanto, há quem sugira que Catarina II, normalmente afeiçoada às crianças, tratava Paulo com bondade. Ele foi entregue aos cuidados de Nikita Panin e de outros competentes tutores.