O que acontece na boca ao perder um dente?
Perder um dente de leite é natural e faz parte do processo de crescimento das crianças. Porém, perder um dente permanente significa ter para sempre uma falha na estrutura dentária. É uma experiência irreversível, que resulta em consequências para a saúde, aparência e autoestima. Apesar disso, é algo que pode acontecer com qualquer pessoa, seja por um trauma, seja por uma doença periodontal. Os traumas podem ser causados por acidentes, bruxismo ou hábitos inadequados, que formam trincas e fissuras nos dentes. Já a doença periodontal é um processo inflamatório e infeccioso, provocado pelo acúmulo de placa bacteriana e tártaro.
Quando a causa da perda é uma extração devido à evolução de uma doença periodontal, ela poderia ter sido evitada. E, para garantir que isso nunca aconteça, a higienização é fundamental. Escova macia e creme com flúor, três vezes por dia, e uso diário do fio dental são a base de uma boa higiene bucal. Entretanto, as visitas periódicas ao dentista são uma garantia de que a saúde bucal está sendo bem monitorada.
Consequências de perder um dente
Em alguns casos, o dentista pode extrair uma peça dentária para resolver um problema. Esse é, normalmente, o caso dos dentes sisos e de falta de espaço nas arcadas. Nessas hipóteses, uma vaga deixada pelo dente já será preenchida durante o tratamento, ou não causará transtorno.
Agora, se o dente perdido for um dente funcional, é certo que ele fará falta, mais ainda do que imaginamos. Quando se trata dos dentes da frente, o problema é ainda maior, porque o prejuízo para a aparência é evidente. Mas, de qualquer forma, o que acontece na boca ao perder um dente é bastante preocupante.
Toda a estrutura dentária sofre com a perda
A primeira consequência de perder um dente é a perda da eficiência mastigatória, sobretudo se for um dente posterior. A quantidade de unidades dentárias locais, assim como a simetria dos movimentos, dificulta o processo de trituração dos alimentos e machuca a mucosa. Dessa forma, a tendência é sobrecarregar o lado oposto.
Outra consequência importante é o movimento dos dentes vizinhos em busca de suprir aquela falta. Os dentes da mesma arcada se aproximam para preencher a lacuna do dente perdido e o oposto tende a “crescer”. Assim, a oclusão fica desorganizada e perde o equilíbrio e a harmonia.
Com o aumento do espaço entre os dentes, os restos alimentares ficam presos e a higienização se torna mais difícil. Consequentemente, as cáries se tornam mais frequentes.
Alterações na posição dos dentes podem causar toques prematuros, que não têm sincronia com o restante da dentição. Essas forças não são absorvidas pelas estruturas de amortecimento e danificam os ossos. As raízes começam a ficar expostas, provocando sensibilidade dental e mobilidade dos dentes.
É urgente repor o dente perdido
Os dentistas são unânimes em dizer que a reposição deve ser feita quanto antes. Se há demora, o tratamento terá que incluir todos os dentes fora de posição, para recuperar a harmonia oclusal. Além disso, tudo que foi afetado deve ser restaurado.
Dessa forma, algo que poderia ter sido resolvido facilmente torna-se um grande problema no final. As perdas ósseas podem, inclusive, prejudicar a instalação de implantes e diminuir o suporte para as próteses. O maxilar e a gengiva também são afetados, o que pode causar defeitos estéticos.
O que fazer ao perder um dente?
Quando a perda é acidental, há a possibilidade de consertar ou reimplantar o dente. Para isso, o que sobrou do dente deve ser reunido, limpo com soro fisiológico e embebido em leite ou na própria saliva. Nesse caso, o dentista deve ser procurado imediatamente.
Nas hipóteses em que houve uma extração ou uma perda decorrente da doença periodontal, o dente deve ser logo substituído. Ou seja, o paciente deve receber um desses tratamentos:
- Implante dentário, no qual uma raiz artificial de pinos é implantada no osso maxilar;
- Próteses dentárias, que são estruturas que substituem os dentes e se fixam na estrutura dentária.
Perder um dente afeta a saúde bucal, a eficiência mastigatória, a fala, a articulação temporomandibular e a autoestima. Por isso, é tão importante manter uma boa rotina preventiva, com bons hábitos de higiene bucal e consultas odontológicas periódicas.