O faraó era o monarca eo Sistema jurídico
O faraó era o monarca absoluto do país e, pelo menos em teoria, exercia o controle total da terra e seus recursos. Era o comandante militar supremo e chefe do governo, contando com uma burocracia de funcionários para administrar seus negócios. O encarregado da administração, o vizir (tjati), era o segundo no comando, atuando como conselheiro e representante do faraó. Ele coordenava os levantamentos fundiários, a tesouraria, os projetos de construção, o sistema legal e o depósito de documentos.
A nível regional, o país estava dividido em 42 regiões administrativas chamadas nomos, cada uma governada por um nomarca, responsável pela jurisdição do vizir. Os templos formavam a espinha dorsal da economia; não só eram edifícios de culto, mas também coletavam e armazenavam a riqueza da nação em um sistema de celeiros e tesourarias administradas por superintendentes, que redistribuíam os cereais e os bens. Como não era possível para o faraó estar em todos os templos para realizar as cerimônias, ele delegava seu poder religioso aos sacerdotes, que conduziam as cerimônias em seu nome.
Sistema Jurídico
A cabeça do sistema jurídico era oficialmente o faraó, que era responsável pela promulgação de leis, aplicação da justiça e manutenção da lei e da ordem, um conceito que os egípcios antigos denominavam Maat. Apesar de não termos chegado a qualquer código legal do Antigo Egito, documentos da corte mostram que as leis eram baseadas em uma visão de senso comum de certo e errado, enfatizando a celebração de acordos e resoluções de conflitos ao invés de cumprir rigorosamente um conjunto complicado de estatutos.
Conselhos locais de anciãos, conhecidos como Quembete (Knbt) no Império Novo, eram responsáveis por decidir em casos judiciais de pequenas causas e disputas menores. Os casos mais graves, envolvendo assassinato, grandes transações de terrenos e roubo de túmulos, eram encaminhados para o Grande Kenbet, presidido pelo vizir ou pelo faraó. Os demandantes e demandados eram obrigados a jurar que diziam a verdade. Em alguns casos, o Estado assumia tanto o papel de acusador quanto o de juiz, tendo o poder de torturar os acusados com espancamento para obter confissões e os nomes dos co-conspiradores. Se as acusações fossem sérias, escribas da corte documentavam a denúncia, testemunhavam e o veredicto era guardado para referência futura.
As punições para crimes menores envolviam imposição de multas, espancamentos, mutilações faciais ou exílio, dependendo da gravidade do delito. Crimes graves, como homicídio e roubo de túmulos, eram punidos com execução por decapitação, afogamento ou empalamento. A punição também podia ser estendida à família do criminoso. A partir do Império Novo, os oráculos desempenharam um papel importante no sistema jurídico, dispensando a justiça nos processos civis e criminais. O processo consistia em pedir a Deus um "sim" ou "não" sobre o que era certo ou errado em um problema. O deus, transportado por um número de sacerdotes, proferia a sentença, movendo-se à frente ou para trás, ou apontando para uma das respostas escritas em um pedaço de papiro ou de óstraco.