O cérebro envelhece? A resposta está nos genes
O cérebro envelhece do mesmo modo que todas as outras estruturas do corpo. Algumas pessoas, no entanto, parecem ser mais afetadas pela passagem do tempo do que outras, não apenas no físico, mas também em suas capacidades cognitivas.
Pesquisadores do Instituto Babraham, no Reino Unido, e da Universidade Sapienza, na Itália, descobriram que as respostas para o envelhecimento cerebral estão nos genes. Eles investigaram o código genético para entender o complexo mecanismo de deterioração cognitiva relacionado à idade.
O que acontece quando o cérebro envelhece?
O envelhecimento cerebral, embora inevitável, não ocorre de maneira uniforme em todas as pessoas. O cérebro humano contém cerca de 100 bilhões de neurônios conectados por trilhões de sinapses. Durante a vida, o cérebro passa por mudanças significativas, desde a formação de novas conexões neuronais na infância até a diminuição de funções cognitivas na velhice.
Algumas mudanças comuns no envelhecimento cerebral incluem:
- Massa cerebral: Diminuição no lobo frontal e no hipocampo, afetando funções cognitivas superiores e a formação de novas memórias.
- Densidade cortical: Redução das conexões sinápticas, contribuindo para um processamento cognitivo mais lento.
- Substância branca: Perda de mielina, atrasando o processamento e reduzindo funções cognitivas.
- Neurotransmissores: Diminuição na produção de dopamina, acetilcolina, serotonina e norepinefrina, impactando memória, cognição e humor.
O papel dos genes no envelhecimento cerebral
Estudos apontam que o gene Dbx2 pode estar ligado ao envelhecimento cerebral. Pesquisadores analisaram células-tronco neurais (NSPC) de ratos jovens e velhos, identificando 250 genes que alteraram seu comportamento com o tempo. Entre eles, o gene Dbx2 demonstrou inibir o crescimento e a proliferação das NSPC.
Além disso, foram observadas mudanças epigenéticas que desaceleram a renovação celular ao longo do tempo. Essas alterações indicam como as células leem os genes, influenciando o processo de envelhecimento.
A pesquisa sugere que, no futuro, será possível reverter ou retardar o envelhecimento cerebral ao compreender os mecanismos genéticos e epigenéticos que o causam.