O Anjo Destruidor e os Daemones do Mal Interrompendo as Orgias dos Maus e dos Intemperados
O Anjo Destruidor e os Daemones do Mal Interrompendo as Orgias dos Maus e dos Intemperados (em inglês: The Destroying Angel and Daemons of Evil Interrupting the Orgies of the Vicious and Intemperate), também conhecida como O Anjo Destruidor e os Daemones a Infligir a Vingança Divina sobre os Perversos e Intemperados e A Destruição do Templo do Vício[nota 1], é uma pintura a óleo do artista britânico William Etty, encomendada em 1822 e exibida pela primeira vez no verão de 1832.
Etty tornou-se famoso por suas pinturas contendo nus artísticos, e, embora tenha obtido considerável sucesso profissional e reconhecimento por sua técnica, foi continuamente acusado de falta de refinamento e criatividade, e, notadamente, de indecência. Com esta obra esperava contrariar os seus críticos, apresentando-lhes uma peça artística de conteúdo moral. A pintura ilustra um templo de estilo clássico sendo atacado por um anjo destruidor e um grupo de daemones. As figuras humanas, retratadas como adeptas de práticas reprovadas pela moral da época (alcoolismo, jogatina e lascívia, dentre outros), estão mortas ou inconscientes, enquanto outras fogem apavoradas ou lutam sem esperança.
Quando foi exibida originalmente na Royal Academy of Arts, em 1832, O Anjo Destruidor e os Daemones recebeu críticas positivas por sua técnica, mas a crítica mostrou-se dividida quanto ao seu tema. Alguns elogiaram a sua vivacidade e sua habilidade para juntar o medo e a beleza sem, no entanto, cair no mau gosto, enquanto outros criticaram o tema como sendo inapropriado, e Etty por desperdiçar os seus talentos. A pintura mudou a forma como parte dos críticos de arte olhava para Etty; alguns viram nela características não percebidas anteriormente em seu trabalho, enquanto outros consideraram-na uma renúncia aos seus trabalhos anteriores.
Etty continuou a ser um proeminente pintor de nus, mas desde então fez esforços consideráveis para expressar a moralidade da época em suas telas. No entanto, continuou sendo julgado imoral pela maioria da crítica. Após a sua morte, seu trabalho conheceu um forte, porém breve, aumento de popularidade, mas rapidamente saiu de moda. Embora isso tenha prejudicado significativamente o seu prestígio diante dos pintores britânicos subsequentes, O Anjo Destruidor exerceu considerável influência sobre trabalhos de William Edward Frost e John Everett Millais. Desde 1882 a tela é parte do acervo da Galeria de Arte de Manchester.