Nós temos o poder de esculpir nosso cérebro
A frase de Santiago Ramón y Cajal nunca foi tão relevante: são nossos pensamentos que, em grande medida, moldam o mundo ao nosso redor. Estudos mostram que a confiança em si mesmo, o entusiasmo e os sonhos fortalecem as funções superiores do cérebro.
A plasticidade do cérebro
O cérebro é excepcionalmente plástico, ou seja, tem a capacidade de mudar com base nas experiências, independentemente da idade. Sempre que aprendemos algo, nossa mente se transforma. Assim, esculpimos nosso cérebro por meio das vivências e aprendizados.
Essa plasticidade também influencia aspectos como a função motora, o processamento visual e auditivo e os conhecimentos linguísticos. No início de um aprendizado, nossas habilidades podem parecer rígidas, mas a prática nos permite dominar novas experiências. No contexto clínico, essa capacidade pode ajudar a modificar estados emocionais como ansiedade e depressão.
“A mente não é um copo a ser cheio, e sim uma lâmpada a ser acesa.”
– Plutarco
Esculpindo o cérebro para mudar comportamentos
O neurocientista Joe Dispenza acredita que é possível se reinventar diariamente, moldando o cérebro por meio das experiências. Ele defende que imaginar a melhor versão de nós mesmos a cada manhã pode transformar nosso mundo.
Pesquisas recentes também apontam que a genética tem uma plasticidade semelhante à do cérebro. Genes podem ser ativados ou desativados com base no estado químico do corpo, um fenômeno conhecido como epigenética. Por exemplo, em um estudo com pessoas portadoras de diabetes tipo 2, foi observado que a exposição a programas de comédia normalizou seus níveis de açúcar no sangue, ativando genes específicos apenas pelo ato de rir.
“Nada me inspira mais veneração e assombro do que um idoso que sabe mudar de opinião.”
– Santiago Ramón y Cajal
A mente como um paraquedas
Todo pensamento que temos gera substâncias químicas que influenciam nosso humor. Pensamentos negativos produzem sensações de tristeza, criando um ciclo entre o que pensamos e o que sentimos. Isso pode levar à memorização de estados emocionais negativos como parte de nossa personalidade.
Nosso organismo se acostuma ao nível de substâncias químicas em circulação, e qualquer alteração nesse equilíbrio pode causar mal-estar. Buscamos, muitas vezes inconscientemente, restaurar o equilíbrio químico, mas isso pode fazer com que o corpo domine a mente.
No entanto, a boa notícia é que todos esses elementos podem ser transformados. Com esforço, conhecimento e prática, é possível modificar nosso humor e a maneira como nos sentimos, promovendo bem-estar e equilíbrio emocional.