Luto: o que significa e sintomas – Parte 2
Nesse estágio, é muito comum que o enlutado se isole e evite falar sobre o assunto. Para Kübler-Ross, a negação funciona como um pára-choque, oferecendo o tempo necessário para que a pessoa se recupere da notícia e possa digerir os fatos.
Raiva
O segundo estágio é a raiva. Nessa fase, o enlutado para de negar os acontecimentos, mas ainda não os aceita. É bastante comum que surja a pergunta: “Por que eu? Não é justo.” Esse estágio é marcado por ressentimentos, comparáveis aos de uma criança que sente raiva por ter sido abandonada.
Barganha
Na fase de barganha, é comum que haja um forte apelo religioso, com a esperança de que, se pedir com fé, a perda possa ser revertida. Promessas a Deus são feitas nesse período, que, embora pouco discutido, é frequentemente vivido por pessoas em luto e pacientes com doenças terminais.
Depressão
A fase da depressão é conhecida por alguns especialistas como a fase da desorganização. Nela, o indivíduo reconhece que não há solução ou retorno para a perda e se aprofunda em tristeza.
É comum que as pessoas nesse estágio se isolem e até apresentem um desejo de morte. Muitos tentam se desfazer de objetos que remetam ao que foi perdido, por não suportar a dor de recordar momentos felizes que agora causam tristeza.
Aceitação
A aceitação é o último estágio do processo. Nessa fase, o enlutado consegue enxergar e aceitar a realidade da perda, tornando-se mais forte e capaz de seguir em frente.
No entanto, o luto é um processo gradual. Mesmo estando na fase de aceitação, a pessoa pode voltar a vivenciar outras fases em qualquer momento.
O que significa o termo luto patológico?
O luto é um processo com início, meio e fim, podendo ser acompanhado pelas fases em que a pessoa se encontra. Contudo, quando esse processo é interrompido ou não chega a ser iniciado, ocorre o chamado luto patológico.
O luto patológico pode surgir da recusa em aceitar a morte de um ente querido. A pessoa age como se a perda não tivesse ocorrido e evita falar sobre o assunto, referindo-se ao falecido como se ainda estivesse vivo.
Com o tempo, essa negação pode resultar em melancolia, termo apresentado por Sigmund Freud em sua obra “Luto e Melancolia”, publicada em 1917. Freud descreve a melancolia como uma tristeza profunda e aparentemente sem causa, que pode ser uma reação tardia à perda.
Como diferenciar o luto normal do luto patológico?
Especialistas indicam algumas características específicas do luto patológico, que podem exigir tratamento. Entre elas, destacam-se:
- Alucinações em que o enlutado vê ou ouve a pessoa falecida.
- Períodos intensos de tristeza, acompanhados de crises de choro.
- Desejo constante de que o ente querido ainda esteja vivo.
- Negação contínua da morte, impedindo a aceitação.
Qual o impacto do luto patológico na vida das pessoas?
O luto patológico pode causar diversos problemas no cotidiano do enlutado, afetando suas relações pessoais e atividades diárias. O isolamento é um dos principais impactos e pode se prolongar por meses ou anos.
Além disso, pode desencadear depressão, distúrbios psicológicos graves e até insônia. Nesses casos, o acompanhamento psicológico é essencial para identificar as causas dos sintomas e ajudar a pessoa a superá-los.
Quais são os sintomas mais comuns do luto?
Alguns sintomas são comuns durante as fases do luto, mas não indicam necessariamente a presença de uma doença ou um prejuízo grave à saúde mental. Entre eles estão:
- Crises de raiva e melancolia.
- Insônia e dificuldade para descansar.
- Desânimo para realizar atividades cotidianas, como trabalhar, estudar ou cuidar de si mesmo.