Joaquim Maria Machado de Assis 1904
Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 - Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um escritor brasileiro, considerado por muitos critérios, estudiosos, escritores e leitores um dos maiores, senão o maior nome da literatura do Brasil. Para o crítico literário norte-americano Harold Bloom, Machado de Assis é o maior escritor negro de todos os tempos.
Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista e crítico literário. Testemunhou a Abolição da escravatura e a mudança política no país quando a República substituiu o Império, além das mais diversas reviravoltas pelo mundo no final do século XIX e início do XX, tendo sido grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época.
Nascido no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, mestiço, de uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade. Os biógrafos notam que, interessado pela boemia e pela corte, lutou para subir socialmente, abastecendo-se de superioridade intelectual e da cultura da capital. Para isso, assumiu diversos cargos, passando pelo Ministério da Agricultura, do Comércio e das Obras Públicas, e conseguiu precoce notoriedade em jornais onde publicava suas primeiras poesias e crônicas. Em sua maturidade, reunindo os colegas próximos, fundou e foi o primeiro presidente unânime da Academia Brasileira de Letras.
Sua extensa obra é constituída de dez romances, duzentos contos, dez peças teatrais, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de seiscentas crônicas. Machado de Assis é considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Este romance é colocado ao lado de todas as suas produções posteriores, como Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires, marcando ortodoxamente sua segunda fase, em que se notam traços de pessimismo e ironia, embora não haja rompimento de resíduos românticos. Os elementos destacados de suas melhores obras pertencem à Trilogia Realista.
Sua primeira fase literária é obtida de obras como Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena e Iaiá Garcia, onde se notam características herdadas do Romantismo, ou "convencionalismo", como prefere a crítica moderna.
A obra de Machado de Assis foi de importância fundamental para as escolas literárias brasileiras do século XIX e do século XX e surge nos dias de hoje como de grande interesse acadêmico e público. Influenciou grandes nomes das letras, como Olavo Bilac, Lima Barreto, Drummond de Andrade, John Barth, Donald Barthelme e outros. Ainda em vida, alcançou fama e prestígio pelo Brasil e países vizinhos. Hoje em dia, por sua inovação literária e por sua audácia em temas sociais, é frequentemente visto como o escritor brasileiro de produção sem precedentes, de modo que, recentemente, seu nome e sua obra obcecaram acidentalmente estudiosos e admiradores do mundo inteiro. Machado de Assis é considerado um dos grandes gênios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shakespeare e Camões. Juntamente com Eça de Queiroz, é considerado um dos dois maiores escritores em Língua Portuguesa do século XIX. É homenageado pelo principal prêmio literário brasileiro, o Prêmio Machado de Assis.