Império Médio (2055–1650 a.C.)
Os faraós do Império Médio restituíram a prosperidade e estabilidade do país, estimulando um renascimento da arte, literatura e projetos de construção monumental. Mentuotepe II e seus sucessores da XI dinastia governaram a partir de Tebas, mas o vizir Amenemés I, ao assumir o trono, deu início à XII dinastia por volta de 1985 a.C., mudando a capital do país para a cidade de Iti-Taui, localizada em Faium. De Iti-Taui, os faraós da XII dinastia comprometeram-se a recuperar áreas degradadas e melhorar o sistema de irrigação para aumentar a produção agrícola no país. Além disso, ocorreu a conquista militar de toda a Núbia, rica em pedreiras e minas de ouro, enquanto trabalhadores construíram uma estrutura defensiva no Delta Oriental, chamada "Muros-do-Rei", para proteger o Egito contra ataques exteriores.
Com a segurança militar e política garantida, e na presença de vasta riqueza agrícola e mineira, a população, a arte e a religião prosperaram significativamente. Em contraste com a atitude elitista do Império Antigo em relação aos deuses, no Império Médio houve um aumento nas manifestações de devoção pessoal e uma democratização da vida no além, na qual todas as pessoas possuíam uma alma e podiam ser recebidas na companhia dos deuses. A literatura do Império Médio abordava temas eruditos e personagens complexos, narrados em um estilo confiante e eloquente. A escultura capturou detalhes subtis e distintos, atingindo um novo patamar de perfeição técnica; os líderes retomaram o costume de erigir pirâmides.
No Império Médio, para garantir a sucessão, os faraós ainda em vida dividiam o trono com seus sucessores, mantendo-os como co-faraós. O último grande governante do Império Médio, Amenemés III, permitiu que colonos asiáticos se instalassem na região do Delta, de modo a ter força de trabalho suficiente para suas ativas campanhas de construção e mineração. Contudo, essas ambiciosas campanhas, juntamente com cheias inadequadas do Nilo durante seu reinado, fragilizaram a economia e precipitaram um lento declínio durante as posteriores XIII e XIV dinastias. Durante esse declínio, os colonos asiáticos começaram a assumir o controle da região do Delta, alcançando o poder no Egito, como foi o caso dos hicsos.