Império Antigo (2686–2160 a.C.)
Durante o Império Antigo, ocorreram diversas expedições para exploração mineral nas minas do Sinai e do Mar Vermelho, assim como campanhas militares contra núbios e líbios. Paralelamente, o comércio com o Oriente Próximo (Líbano, Palestina, Mesopotâmia) e com Punte intensificou-se e, juntamente com os sucessos militares, possibilitou ao Egito fundar acampamentos estratégicos, estabelecer uma frota marítima e adquirir recursos valiosos, como ouro, cobre, turquesa, madeira de cedro, mirra, malaquita e eletro.
Uma administração centralizada e eficiente permitiu o aumento da produtividade agrícola, que foi o motor dos impressionantes avanços nos campos da arquitetura, arte e tecnologia. Sob a direção do tjati (vizir), funcionários do Estado arrecadavam impostos, coordenavam projetos de irrigação para aumentar o rendimento das colheitas, recrutavam camponeses para trabalhar em projetos de construção e estabeleceram um sistema de justiça que assegurava a ordem e a paz.
Com os excedentes proporcionados por uma economia produtiva e estável, o Estado pôde patrocinar a construção de monumentos colossais e encomendar obras de arte de excelência às oficinas reais. A crescente importância da administração central deu origem a uma nova classe de escribas e oficiais letrados, que recebiam propriedades do faraó como pagamento pelos seus serviços.
Além disso, os faraós concederam terras para seus cultos funerários e templos locais, assegurando que essas instituições teriam os recursos necessários para a adoração do faraó após sua morte. No entanto, cinco séculos de práticas feudais acabaram por corroer lentamente o poder econômico do faraó, dificultando a sustentação de uma administração central robusta.
Com a diminuição do poder do faraó, governantes regionais designados como nomarcas começaram a desafiar sua supremacia. Esse enfraquecimento do poder central, somado a um período de secas extremas entre 2200–2150 a.C., é apontado como uma das principais causas da transição para um período de 140 anos de fome e conflitos, conhecido como Primeiro Período Intermediário.