História do café
A história do café começou no século VII, quando a bebida originou-se nas terras altas da Etiópia, possivelmente com culturas no Sudão e no Quênia. O café foi transportado pelos mouros para o Egito e a Europa. Mas, ao contrário do que se acredita, a palavra "café" não é originária de Kaffa — local de origem da planta — e sim da palavra árabe qahwa, que significa "vinho" (قهوة), devido à importância que a planta passou a ter para o mundo árabe.
Uma lenda conta que um pastor chamado Kaldi observou que suas cabras ficavam mais espertas ao comer as folhas e frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e sentiu uma maior vivacidade. Um monge da região, informado sobre o fato, começou a utilizar uma infusão dos frutos para resistir ao sono enquanto orava.
Parece que as tribos africanas, que conheciam o café desde a Antiguidade, moíam seus grãos e faziam uma pasta utilizada para alimentar os animais e aumentar as forças dos guerreiros. Seu cultivo se estendeu primeiro na Arábia, provavelmente introduzido por prisioneiros de guerra, onde se popularizou aproveitando a lei seca do Islã. O Iémen tornou-se um centro de cultivo importante, de onde o café se propagou pelo resto do Mundo Árabe.
O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se, e no século XVI, o café já era utilizado no Oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia.
Na Arábia, a infusão do café recebeu o nome de kahwah ou cahue (ou ainda qah'wa, do original em árabe قهوة). Enquanto na língua turco-otomana era conhecido como kahve, cujo significado original também era "vinho". A classificação Coffea arabica foi dada pelo naturalista Lineu.
O café, no entanto, teve inimigos mesmo entre os árabes, que consideravam suas propriedades contrárias às leis do profeta Maomé. No entanto, logo o café venceu essas resistências, e até os doutores maometanos aderiram à bebida para favorecer a digestão, alegrar o espírito e afastar o sono, segundo os escritores da época.
Entre 1881 e 1890, o café era o produto mais exportado no Brasil, com uma porcentagem de 61,5% das exportações.