Gueroba...
Muito utilizado em Pirenópolis, o palmito guariroba é amargo e consumido frio como salada ou quente, cozido puro ou misturado com carnes. Diferente do palmito comum, a guariroba, ou gueroba, tem uma textura firme e sabor amargo, que combina com carnes e ácidos, como vinagre ou limão.
Salada
Devido à sua consistência, a gueroba não se come crua; é necessário cozinhá-la. Aproveita-se da planta o palmito, que é a extremidade do caule, junto às folhas. Derruba-se a planta e corta-se cerca de 60 cm da extremidade, limpa-se as folhas e retira-se as partes mais duras. Ao cortar o palmito, este, em contato com o ar, enegrece. Por isso, é importante mergulhá-lo imediatamente na água após picá-lo. Esta água deve ser dispensada, até mesmo como forma de retirar um pouco do amargo. Fazendo esta lavagem várias vezes, o amargo diminui substancialmente; porém, perde-se seu gosto e a principal característica desta iguaria, que é o amargo.
Também se aproveitam os cocos. Apesar de a gueroba ser muito apreciada em Pirenópolis, seu coco é pouco usado.
A guariroba, Syagrus oleracea da família Palmae, é uma palmeira que pode atingir até 8 metros de altura, encontrada nas matas secas e cerradões, e também cultivada pelo homem. Utiliza-se desta planta o seu palmito e os cocos, que madurecem no final do ano. Em Pirenópolis, é mais comum a utilização de seu palmito, que possui um gosto amargo característico. Também é utilizada para a arborização urbana; estas palmeiras estão nos canteiros centrais das principais avenidas de Pirenópolis.
Consome-se o palmito da guariroba, ou gueroba, cozido, refogado, escaldado sob a forma de salada fria e em pratos típicos como o empadão goiano. É uma planta de utilização bastante antiga como alimento, herança indígena, citada em relatos de expedições do século XVIII como jaguaróba. Diferente do palmito convencional, extraído da popunha, açaí ou juçara, a guariroba, além de amarga, tem uma consistência mais firme. Para se extrair o palmito, que é o broto terminal, é necessária a derrubada de toda a árvore. Portanto, a extração da palmeira guariroba em ambiente natural é proibida, mas a espécie é cultivável, o que garante o fornecimento às mesas.