Funções vitais - Nutrição, reprodução e relação com o meio
As funções vitais dos seres vivos são aquelas imprescindíveis à manutenção da vida. A assimilação de alimentos, as trocas gasosas com o meio externo, a circulação sanguínea, a excreção, a osmorregulação, a reprodução e as interações ambientais com os fatores bióticos e abióticos são essenciais à vida.
Em todos os seres vivos, os processos de trocas com o meio ambiente são fundamentais para a sobrevivência, seja dos organismos mais simples ou mais complexos.
Quais são as funções vitais?
1. Digestão
Os nutrientes são substâncias que estão disponíveis para os animais como parte integrante dos alimentos. Sua assimilação pelo organismo, ou seja, sua passagem para as células do corpo (seja direta ou feita com a participação de algum sistema especializado de distribuição), é feita por difusão ou outra forma de transporte através de membranas celulares.
A alimentação por ingestão é característica geral dos animais. Essa forma de nutrição difere da que é verificada nas plantas, nos fungos e nos procariontes, sendo encontrada apenas em certos protistas heterótrofos (que se alimentam por endocitose).
Durante o processo evolutivo, surgiram os animais que apresentam, além da boca, o ânus. A partir desse momento, estabeleceu-se um tubo por onde o alimento passa em um só sentido: da boca para o ânus. Essa condição propiciou a especialização desse tubo em regiões como esôfago, estômago e intestino, cada uma com uma função específica no processo de digestão.
2. Respiração
As trocas gasosas sempre envolvem difusão dos gases através de alguma superfície fina, semipermeável, úmida ou imersa em água. Em todos os animais, incluindo os terrestres, há necessidade de um meio aquoso para que a difusão de gases ocorra.
Nos animais aquáticos, a superfície respiratória está em contato com a água; e nos terrestres, essa superfície é mantida úmida pelo próprio corpo do animal. Estando totalmente seca, a superfície não exerce função de trocas gasosas.
Os gases importantes para as trocas gasosas são: o gás carbônico e o oxigênio (gases respiratórios).
As principais estruturas especializadas para as trocas gasosas são:
- Brânquia (presente em animais aquáticos)
- Pulmão (típico dos animais de respiração aérea, ocorrendo também nos peixes pulmonados, anfíbios adultos, nos répteis, nas aves e nos mamíferos)
- Traqueias (presentes em insetos e miriápodes)
- Pulmões foliáceos (presentes em aranhas e escorpiões)
No caso dos mamíferos, os pulmões são formados por inúmeros alvéolos e a área de trocas gasosas é grande, o que é importante, pois são animais endotérmicos (que conseguem manter as temperaturas corpóreas altas e constantes).
3. Circulação
O gás oxigênio deve ser transportado dos locais de trocas gasosas com o meio externo até as células e o alimento digerido também deve ser transportado dos locais de digestão até as células.
Os resíduos do metabolismo celular devem ser levados das células até os locais onde serão eliminados do corpo. O sistema que realiza essas funções é o circulatório. Nem todos os animais apresentam sistema circulatório. É o caso de esponjas, cnidários e platelmintos, em que as trocas gasosas são realizadas por difusão direta com o meio.
Os sistemas circulatórios ocorrem na generalidade dos animais celomados e pode ser de dois tipos: aberto e fechado.
- Sistema aberto: ocorre nos moluscos, exceto cefalópodes, e nos artrópodes.
- Sistema fechado: ocorre nos cefalópodes, anelídeos e vertebrados.
No sistema circulatório fechado, o sangue circula sempre dentro de vasos e as trocas entre o sangue e o fluido que banha as células são feitas através da parede dos capilares, vasos muito finos. Essa parede oferece resistência mínima à difusão. Nos seres humanos, a circulação é fechada, dupla e completa, apresentando um coração formado por quatro cavidades: dois átrios e dois ventrículos.
4. Excreção e Osmorregulação
Como a liberação de gás carbônico é realizada pelas superfícies respiratórias, é muito importante a relação da excreção dos produtos nitrogenados e a osmorregulação (regulação da água e do balanço hídrico nos fluidos corpóreos).
Os animais necessitam de nitrogênio para a síntese de aminoácidos e ácidos nucleicos e obtêm o nitrogênio pela ingestão de alimentos proteicos. Os aminoácidos resultantes da digestão de proteínas são usados diretamente para a síntese de outras proteínas do corpo ou podem ser desaminados e os resíduos empregados para formar outros compostos.
A amina resultante da desaminação é transformada em amônia, uma substância altamente solúvel e tóxica. Para ser eliminada do corpo, a amônia é transformada em outros produtos menos solúveis e menos tóxicos, como a ureia e o ácido úrico. A amônia é excretada em ambientes aquáticos, por ser altamente tóxica, necessitando de um volume considerável de água para ser eliminada.
A ureia é menos tóxica, sendo eliminada por alguns animais aquáticos e muitos animais terrestres. O ácido úrico é atóxico e insolúvel em água, sendo produzido por animais adaptados à economia de água, como os répteis e aves.
Além de sua relação com a excreção, a osmorregulação também está associada às condições ambientais.
5. Reprodução
A reprodução é extremamente necessária para a perpetuação das espécies. Em nível molecular, a reprodução está relacionada à capacidade ímpar do DNA de se duplicar de forma semiconservativa, propiciando que as células resultantes tenham cópias das moléculas originais de DNA.
Os seres vivos apresentam vários tipos de reprodução, que podem ser agrupados em duas grandes categorias: reprodução sexuada e assexuada. Em populações que se reproduzem sexuadamente, a variabilidade genética entre os indivíduos é maior, sendo uma condição vantajosa e favorável.