Força militar do Antigo Egito
O exército egípcio antigo foi responsável pela defesa do Egito contra invasões estrangeiras e pela manutenção da dominação egípcia no Antigo Oriente Próximo. No deserto, patrulheiros vigiavam as fronteiras e defendiam o império de expedições de nômades. No Delta e no Vale do Nilo, havia guardas rurais que protegiam os cobradores de impostos. No Império Novo, surgiram os medjai, de origem núbia, que exerciam a função de patrulheiros do deserto, policiais das cidades e necrópoles, além de aplicadores das decisões da justiça.
O exército e a marinha eram complementares, onde os navios transportavam as tropas e os oficiais exerciam funções militares e navais. Os soldados eram recrutados entre a população em geral, mas, durante e principalmente depois do Império Novo, mercenários da Núbia e Líbia foram contratados para lutar pelo Egito. Prisioneiros de guerra também foram incorporados ao exército egípcio. Por volta do Império Novo, os exércitos eram divididos em unidades táticas autônomas de 5 a 6 mil homens.
Os exércitos empreenderam expedições militares no Sinai para proteger as minas locais durante o Império Antigo e lutaram em guerras civis durante o Primeiro e Segundo Períodos Intermediários. Foram importantes na manutenção de fortificações ao longo de rotas comerciais, como as encontradas na cidade de Buém, no caminho para a Núbia. Fortes foram construídos nas fronteiras com guarnições de 50 a 100 homens, servindo como bases militares, como a fortaleza de Sile, que foi uma base de operações para expedições no Levante. No Império Novo, uma série de faraós usou o exército para atacar e conquistar o Reino de Cuxe e partes do Levante. Há informações que alegam a prática de espionagem entre os exércitos egípcios.
Os equipamentos militares típicos incluíam arcos e flechas de sílex, machados, clavas, lanças de cobre e escudos redondos feitos de pele de animais esticada sobre uma armação de madeira. No Império Novo, os militares começaram a usar bigas e cavalos, introduzidos pelos invasores hicsos durante o Segundo Período Intermediário. As armas e armaduras continuaram a melhorar com a introdução do bronze: os escudos passaram a ser feitos de madeira sólida com fivelas de bronze, lanças receberam pontas de bronze e o khopesh, uma espada com extremidade curva, foi adotado a partir de modelos asiáticos. O faraó, na arte e literatura, aparece à frente do exército, e há evidências de que alguns faraós, como Taá II e seus filhos, realmente o fizeram.