Dia do fico: saiba o que foi e a data exata

CERTAMENTE você já ouviu na escola sobre o Dia do Fico. Porém, pouca gente lembra da importância histórica que teve esse dia para o Brasil e para o futuro da nossa nação. Neste artigo, você saberá mais detalhes sobre o que foi o Dia do Fico, quem o proclamou e em quais condições.

O que provocou o Dia do Fico

Após a ameaça de Napoleão Bonaparte, a população portuguesa e os comerciantes do país passaram a exigir o retorno de Dom João VI para as terras lusitanas. Os portugueses estavam descontentes com a ausência da corte de Portugal e enciumados com a abertura dos portos brasileiros, o que gerava concorrência com os comerciantes portugueses.

A cidade do Porto liderou o motim, com seus moradores mobilizando-se para chamar a atenção da corte que estava no Brasil. A mobilização ganhou adesões significativas de Lisboa e dos militares, sensibilizando a população, que estava cansada do desgoverno de um império ausente. O episódio ficou conhecido como a Revolução Liberal do Porto, que resultou na retirada de Lord Beresford do poder e na criação de uma Junta Provisória, convocando uma nova constituição.

Com a pressão popular, o Rei teve que voltar para Portugal após 13 anos fora. Em 7 de março de 1821, D. João VI anunciou que retornaria a Portugal, deixando D. Pedro como representante do governo português no Brasil. Ele partiu em 24 de abril de 1821, chegando em Portugal dois dias depois. O retorno de Dom João deixaria o clima no Brasil ainda mais instável.

Entretanto, os portugueses não ficaram satisfeitos ao saber que o príncipe-regente D. Pedro I havia permanecido no Brasil. Os portugueses desejavam que o Brasil voltasse a ser uma mera colônia. Contudo, a presença real de um herdeiro do trono português no Brasil impedia que as terras brasileiras retornassem à categoria de colônia, pois enquanto houvesse um membro da realeza no Brasil, o país continuaria sendo parte do Reino Unido de Portugal.

As elites portuguesas começaram a pressionar e promulgaram decretos anulando os poderes regenciais de Dom Pedro, o que ele interpretou como uma traição. Por outro lado, os comerciantes brasileiros apoiavam o príncipe e entregaram mais de 8 mil assinaturas pedindo que o regente D. Pedro I não deixasse o Brasil.

O príncipe recebeu uma carta oficial ordenando seu retorno imediato a Portugal. Foi nesse contexto que, no dia 9 de janeiro de 1822, Dom Pedro I declarou a famosa frase: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico”. Essa atitude de D. Pedro foi uma demonstração de rebeldia diante da pressão de sua própria família e do povo português.

O que foi o Dia do Fico?

O Dia do Fico faz parte da história do Brasil, quando Portugal dominava as nossas terras. Essa data, 9 de janeiro de 1822, é associada ao príncipe regente Dom Pedro de Alcântara, que proclamou: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”. Essa declaração marcou a escolha de D. Pedro de permanecer no Brasil em vez de retornar a Portugal.

Contexto histórico do Dia do Fico

Desde que foi "descoberto", o Brasil passou a ser colônia de Portugal. Essa nação europeia, com seu espírito aventureiro, foi responsável pela chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil em 22 de abril de 1500, quando avistou as terras de Vera Cruz. O Brasil sofreu uma intensa exploração de suas riquezas naturais ao longo dos anos.

No século 19, a Europa enfrentava dificuldades devido ao avanço das tropas de Napoleão Bonaparte, que ameaçava países ao redor. Em 1808, a corte portuguesa deixou seu território e refugiou-se no Brasil, transformando o Rio de Janeiro no centro do Império Português. Com isso, o Brasil deixou de ser uma colônia e passou a ser o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, em 1815.

No entanto, a presença da corte portuguesa visava mais a exploração das riquezas brasileiras do que o desenvolvimento do país. Embora houvesse obras de infraestrutura para beneficiar a corte, a população em geral pouco sentiu os efeitos dessa administração. O jornalista Laurentino Gomes, em seu livro 1808, afirma que “os novos hóspedes pouco se interessavam pela prosperidade do Brasil”.