Daguerreótipo: a ‘mãe’ das máquinas fotográficas
Não é impressionante o quanto o avanço da tecnologia facilita o acesso a algumas ferramentas que normalmente não são acessíveis? Um exemplo muito claro disso são as câmeras digitais, que atualmente são extremamente acessíveis, já que praticamente todos os smartphones produzidos vêm com uma embutida, além de vários aplicativos de edição fotográfica.
De tão presentes nas nossas vidas, acabamos não pensando tanto em como foi descoberta e como funciona essa incrível técnica de “congelar” cenas e registrar momentos. Você já ouviu falar em daguerreótipo? Câmera escura? E heliografia? Todos esses termos tratam de processos importantes que dariam origem à fotografia. Conheça um pouco mais sobre a história desse processo de criação de imagens.
Origem da Daguerreótipo
O termo fotografia vem do grego e significa desenhar com a luz, uma vez que a captura de imagens era feita através da exposição luminosa sobre uma superfície sensível. Deste modo funcionavam as antigas câmeras compactas populares, nas quais as fotos ficavam gravadas nos filmes fotográficos, extremamente sensíveis à luz.
Primeira Câmera Fotográfica: Daguerreótipo
Os primeiros experimentos com esse tipo de prática se deram com o uso da câmera escura, uma caixa ou até mesmo um cômodo com um pequeno buraco de um lado e, do outro, uma superfície onde é possível enxergar o lado de fora do orifício. Porém, a imagem ficava invertida. Essa ferramenta foi criada pela primeira vez no século VI d.C., pelo arquiteto e matemático Antêmio de Trales.
Criadores da Primeira Câmera Fotográfica
Os registros da primeira fotografia permanente datam de 1826. Anteriormente a isso, já haviam técnicas de capturar uma imagem, mas elas sempre acabavam desaparecendo com o tempo. Essa não foi uma técnica estudada e trabalhada por apenas uma pessoa; as duas figuras mais importantes foram os franceses Joseph Nicéphore Niépce e Louis Jacques Mandé Daguerre.
Niépce foi responsável pela primeira fotografia permanente, utilizando uma técnica com a câmera escura que ele batizou de heliografia, onde a imagem ficava registrada em uma placa de estanho coberta com betume da judeia, uma substância fotossensível produzida com petróleo que demorava cerca de oito horas para ficar pronta. Já Daguerre não tinha um processo próprio, já que ele sempre estava buscando uma maneira melhor de fazer isso, utilizando vários materiais diferentes.
Os dois estudiosos não se viam como concorrentes ou inimigos, tanto que mantiveram contato via correspondências por vários anos e, depois, em 1829, fizeram uma parceria para juntos melhorarem a heliografia. Infelizmente, Niépce faleceu quatro anos depois, sem que conseguisse desenvolver sua criação.
Técnica Usando Placa de Cobre e Iodo
Daguerre continuou trabalhando de forma independente até que conseguiu aperfeiçoar a técnica em 1837, utilizando uma placa de cobre, que era um material barato, coberta com uma camada de prata para formar uma superfície espelhada. Essa placa era sensibilizada com vapores de iodo, reduzindo o tempo de “fotografar” de oito horas para cerca de vinte minutos. Após isso, bastava revelar as imagens com vapores de mercúrio.
A criação foi batizada de daguerreótipo e apresentada no dia 7 de janeiro de 1839 na Academia de Ciências da França. No dia 19 de agosto, seu criador decidiu cedê-la ao governo francês, transformando a “máquina fotográfica arcaica” em algo de domínio público que poderia ser utilizado por qualquer pessoa. Em troca, Daguerre e Isidore, filho de Niépce, passaram a receber uma pensão vitalícia do governo francês.
Comemoração do Dia da Fotografia
O dia da fotografia é comemorado em 19 de agosto, justamente por ter sido a data em que o daguerreótipo foi apresentado ao público.