Cronobiologia - Estudo, ritmo e relógio biológico
Do grego khronos = tempo e biós = vida, o termo cronobiologia é usado para denominar a ciência responsável pelo estudo dos ritmos e fenômenos físicos e bioquímicos periódicos que ocorrem nos seres vivos. Esses fenômenos biológicos possuem uma periodicidade determinada e podem ou não ter correspondências temporais com ciclos ambientais, como por exemplo, o ciclo dia e noite ou ainda das marés.
Os fenômenos são denominados ritmos biológicos e possuem frequências variadas: aqueles que ocorrem com uma periodicidade próxima a 24 horas são chamados de circadianos; aqueles que têm período menor do que 20 horas, são chamados de ultradianos; e os que têm períodos maiores que 28 horas são denominados infradianos.
O Estudo
O início do estudo e as primeiras ideias relacionadas ao relógio biológico datam do século XVIII. No entanto, somente na década de 1950, esse estudo tornou-se aceito no mundo todo, sendo reconhecido como uma disciplina científica.
Para entendermos melhor esse estudo, vamos dar exemplos desses ciclos: a alternância entre dia e noite, em que precisamos nos adaptar à diferença da luminosidade, é um ritmo que se repete a cada 24 horas. Já o ciclo menstrual da mulher dura mais do que 28 horas, mas, da mesma forma, é um fenômeno que se encaixa no estudo. Além disso, citamos também os batimentos cardíacos e a respiração, que se repetem em períodos inferiores a 20 horas.
O Relógio Biológico
Para entendermos como funciona o nosso relógio biológico, é importante notar que mesmo aquelas pessoas que são cegas, ou ainda animais que estão em laboratório – onde inexistem pistas atemporais – os relógios biológicos continuam se expressando de forma contínua, o que confirma a natureza endógena das oscilações.
Mas como isso funciona? Em nosso corpo, existe uma estrutura denominada núcleo supraquiasmático no hipotálamo anterior. Esta é considerada o nosso relógio biológico, já que existem nela alguns neurônios que são responsáveis pelo ritmo circadiano. As informações que chegam a esta estrutura são indicativas do que está acontecendo ao redor do organismo, trazendo parâmetros para determinar as reações internas.
Além disso, existe a glândula pineal, que produz o hormônio melatonina e recebe sinais da retina quando a noite está chegando. Esta reenvia as informações para todo o restante do organismo, resultando em modificações na secreção hormonal, variações da temperatura corporal e o ciclo de vigília e sono. Outras alterações bioquímicas também acontecem, como a disponibilidade de glicose e colesterol. Por exemplo, podemos citar a fase de crescimento das crianças: sempre, durante a noite, as crianças crescem mais – durante o sono –, pois é neste período que ocorrem as maiores liberações do hormônio do crescimento.
Ritmo Biológico
O ritmo biológico pode variar de indivíduo para indivíduo. Por exemplo, você já deve ter se deparado com pessoas que acordam extremamente bem-humoradas e dispostas, mesmo que bem cedo. Essas pessoas são classificadas como indivíduos do cronotipo matutino. Já aquelas que dormem até tarde e se sentem dispostas apenas depois do almoço, tendo seu ápice de eficiência ao final da tarde, são classificadas como indivíduos do cronotipo vespertino.
É por meio da cronobiologia e do ritmo biológico de cada um que podemos determinar os melhores horários para cada indivíduo dormir, comer, praticar exercícios, estudar, entre outras atividades rotineiras.